HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Governo dos Açores anuncia novo
. "paradigma" no financiamento do
.combate à toxicodependência
O secretário regional da Saúde dos Açores assinou esta
segunda-feira protocolos de meio milhão de euros para o combate à
toxicodependência e anunciou mais 100 mil para novos programas de
prevenção, prometendo "uma mudança de paradigma" no financiamento desta
área.
"Hoje é dado um passo para redefinir as estratégias e também uma
alteração clara do paradigma de financiamento por parte do Governo nas
parcerias na área da saúde e da área da segurança social, já que o
investimento passa a ser feito diretamente por utente num conjunto
agregado de serviços", disse Luís Cabral.
O titular pela pasta da Saúde nos Açores falava na assinatura de
protocolos de cooperação com a Associação Regional de Reabilitação e
Integração Sociocultural dos Açores – ARRISCA, no montante de meio
milhão de euros para o combate às toxicodependências.
À margem da assinatura dos protocolos, disse ainda aos jornalistas
que vai ser lançado "em breve” um programa, "em parceria com as escolas,
para evitar a exposição dos mais jovens ao fumo do tabaco".
Luís Cabral disse que o protocolo hoje assinado "altera um pouco o
paradigma dos habituais financiamentos" dentro desta área, salientando
que o executivo açoriano vai apostar numa distribuição das verbas
disponíveis por investimento por utente.
"Ou seja, o acordo hoje reflete um investimento previsível por utente
para financiar o seu tratamento conjunto", disse, explicando que o
tratamento de cada utente "tem um preço variável" consoante seja
presencial na sede da instituição ou nas unidades móveis.
Para o secretário regional da Saúde, o investimento "não pode passar
apenas por programas de prevenção" e disse que o Governo Regional "está a
investir cada vez mais nos programas que dão garantia de retorno e com
impacto na população".
Luís Cabral salientou ainda que o Governo açoriano pretende também
"colaborar mais com as entidades nacionais e internacionais" que têm
programas desenvolvidos nesta área.
"Não vale a pena estarmos aqui nos Açores a desenvolver programas
autónomos quando já existem programas nacionais e internacionais bem
desenhados e com resultados", frisou.
A presidente da direção da ARRISCA, Suzete Frias, disse que
associação vai aplicar o montante em "programas livres de drogas e no
programa de manutenção por substituição opiácea".
De acordo com Suzete Frias, o número de utentes assistidos "tem vindo
a aumentar", mas isso "não significa que o fenómeno esteja a piorar".
Segundo indicou, a associação terminou 2013 com 1.435 utentes, número
que já está perto de atingir este ano, "incluindo doentes que
transitaram para este ano e novas entradas".
Suzete Frias adiantou que 2014 "vai ser um ano centrado em
estratégias que não tragam custo", salientando a aposta em parcerias com
os recursos comunitários que "possam trazer de algum modo algum alívio
da sobrecarga sem diminuir a qualidade no atendimento".
A responsável frisou que a instituição não se limita só a fazer
consultas e a dar medicação, mas "dá competências aos doentes para que
depois se possam integrar na sociedade e até no mercado de trabalho" e
trabalha também com as famílias.
* Tudo o que se possa fazer de modo científico, organizado e humanitário para libertar pessoas da dependência das drogas é bom, atitude avulsas não resultam.
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