HOJE NO
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Passos contrata empresa por 25 mil euros para atender telefones em São Bento
Passos
Coelho contratou uma empresa, em regime de outsourcing, para assegurar o
atendimento telefónico na residência oficial do primeiro-ministro por
25,1 mil euros. Isto apesar de ter no seu gabinete dez secretárias
pessoais, nove auxiliares, e 12 pessoas a prestar apoio
técnico-administrativo em São Bento.
O contrato, assinado no dia 6 de Dezembro com a empresa We Promote -
Outsourcing e Serviços, Lda. mas só publicado no dia 5 de Fevereiro no
portal Base dos contratos públicos, inclui "designadamente as funções de
atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas".
O gabinete do primeiro-ministro fundamenta a necessidade deste ajuste directo com "a ausência de recursos próprios".
O prazo do contrato é de um ano mas pode ser renovado por idêntico
período "mediante aviso prévio por parte do gabinete de Passos Coelho.
Este já é o terceiro contrato celebrado pelo gabinete do
primeiro-ministro com a empresa. O primeiro foi assinado no dia 4 de
Fevereiro de 2012 por 10,4 mil euros e tinha um prazo de nove meses. O
segundo foi celebrado a 15 de Janeiro de 2013 mas já por um prazo de 11
meses e 15 dias e por 12,5 mil euros. A justificação para adjudicar
directamente com esta empresa foi sempre a mesma: "ausência de recursos
próprios".
O i questionou o gabinete do primeiro--ministro sobre as
razões que levaram a a contratar esta empresa, tendo em conta que o
próprio gabinete já tem um número considerável de
secretárias/assistentes mas até à hora de fecho desta edição não obteve
qualquer resposta.
O i questionou ainda por que razão não recrutaram
funcionários no grupo da mobilidade especial, evitando assim o recurso a
uma empresa externa, mas também ficou sem resposta. Recorde-se que o
governo lançou um programa de rescisões amigáveis destinado aos 213 mil
trabalhadores com funções administrativas a auxiliares. Ao programa, que
terminou a 30 de Novembro, recorreram cerca de 2600 funcionários.
Empresa-mãe ligada ao Luxemburgo
A
We Promote é uma sociedade por quotas que tem por objecto a prestação
de "serviços em geral, formação profissional, relações públicas,
promoções, outsourcing, assistência a congressos e similares".
Constituída em Fevereiro de 1996, a empresa é detida pela Sociedade
Comercial Silvas (Primos), S.A., uma empresa de "compra e venda de bens
imobiliários", que, por sua vez, é controlada pela Finanter
Incorporation, uma empresa com sede no Luxemburgo.
Uma pesquisa no portal Base permitiu concluir que o primeiro contrato
com esta empresa foi celebrado pela Secretaria-Geral da Presidência do
Conselho de Ministros (PCM) em Fevereiro de 2011. O contrato foi
assinado por 36,3 mil euros e por um prazo de um ano.
A Secretaria-geral da PCM voltou a contratar a We Promote um mês
depois mas desta feita para prestar serviços de "recepção e atendimento
protocolar". O contrato de 10,7 mil euros tinha um prazo de execução de
oito meses e 26 dias. Nestes dois contratos, a SG da PCM determinou que
não era aplicável "a fundamentação da necessidade de recurso ao ajuste
directo".
Consultora para evitar corrupção
o Outro
dos contratos publicados nos últimos quinze dias que suscita muitas
dúvidas quanto à sua pertinência foi celebrado pelo Teatro Nacional de
São João, no Porto.
Esta entidade decidiu contratar, no final do ano passado, a
consultora KPMG por 10,5 mil euros "para proceder a um melhoramento e
aprofundamento da implementação do Plano de Gestão de Riscos e Corrupção
e Infracções Conexas".
Tendo em conta que é a primeira vez que um contrato deste tipo passa pelo Mercado da República, o i questionou os serviços de comunicação do Teatro sobre o objectivo deste contrato mas não obteve resposta.
* Um fartar vilanagem.
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