HOJE NO
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"PÚBLICO"
É cada vez maior o número de
. portugueses sujeitos a trabalho
.escravo no seu próprio país
Trabalho clandestino deixou de se circunscrever ao Alentejo e já é prática nas explorações agrícolas do centro do país e até nas quintas do Douro, diz a CNA.
Na última intervenção realizada no dia 30 de Janeiro em vários locais
de Grândola e Alcácer do Sal, a Unidade Local do Litoral e Baixo
Alentejo da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) de Beja, este
organismo foi confrontado com situações de trabalho não declarado em
locais onde anteriormente já tinha sido detectada a mesma ilegalidade.
Ao PÚBLICO, a ACT diz que
“está aumentar o número” de trabalhadores portugueses a executar tarefas
nas explorações agrícolas alentejanas em regime de clandestinidade. Em
2013 e 2014, adianta a Autoridade, e sobretudo nas vindimas, na apanha
da azeitona e no abate de árvores, são portugueses a maioria dos
trabalhadores a executar as tarefas em situação ilegal em herdades já
anteriormente visitadas.
Com esta iniciativa, e apesar de já não
beneficiar do efeito surpresa, os inspectores do ACT detectaram ainda
várias irregularidades, conseguindo identificar nesta situação quatro
empregadores com um total de 19 trabalhadores, dos quais cinco de
nacionalidade romena. Destes, apenas dois tinham número de beneficiário
da segurança social.
Dos 14 trabalhadores portugueses, dois estão
declarados como trabalhadores por conta de outrem, quatro são falsos
recibos verdes e oito são trabalhadores não declarados.
Realizada
uma consulta à base de dados da Segurança Social constatou-se que
existem trabalhadores que se encontram na condição de clandestinos há
mais de seis anos. As entidades empregadoras que actuam à margem da lei,
vão ser sujeitos a “procedimentos coercivos", adianta a ACT no balanço
desta operação que ontem divulgou.
A ACT não esconde a sua
preocupação pelo “aumento das situações que andam na fronteira do
trabalho escravo” que inclui falta de pagamento de salários, retenção de
documentos e frequentemente maus tratos. “Esta realidade é muito grave e
com reflexos directos em termos fiscais e contributivos para a
Segurança Social” frisa a ACT.
Dada a frequência com que são
detectados casos onde a ocorrência de trabalho não declarado se repete,
mesmo depois das autoridades já terem intervindo, “e existindo indícios
de que serão prática corrente na região”, a ACT de Beja vai “prosseguir
no controlo das empresas” que insistem a aceitar trabalhadores ilegais.
O
problema alastra-se ao resto do país, segundo a Confederação Nacional
de Agricultura (CNA), que diz que se verifica um aumento de trabalho
clandestino “na região das beiras e até nas quintas do Douro” que
envolve não só imigrantes mas “sobretudo portugueses” que são sujeitos a
ritmos de trabalho intensos por um salário diário que oscila entre os
20 e os 30 euros e que têm de pagar “a sua própria alimentação”.
João
Dinis, dirigente da CNA, pede às autoridades que ponham cobro à acção
dos “negreiros do seculo XXI”, ou seja, indivíduos que engajam
trabalhadores em “situação desesperada” para os sujeitarem a situações
de exploração laboral à margem da lei. A ACT reconhece que com a
situação de crise que o país está a viver “este tipo de situações está a
aumentar”.
* O que anda o sr ministro do Emprego a fazer, gincanas de lambreta??? Esta situação exige resposta rápida e firme!
Estes esclavagistas são o patrão tipo português, vão às lojas dos centros comerciais e avaliar salários e condições de trabalho da maior parte dos balconistas.
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