1-INESQUECÍVEL
Quando Eusébio
ainda era Nené ou o Magagaga
Nascido em 1942, Eusébio sempre teve o futebol como grande paixão por influência do pai, Laurindo. Dos jogos em Mafalala ao modesto Brasileiros, destacou-se no Sporting de Lourenço Marques até chegar ao Benfica.
"Falta um, anda", grita um miúdo num campo
de terra em Mafalala. O rapaz de oito anos alinhou. Ironia do destino, o
melhor jogador português de sempre foi chamado para o seu primeiro
jogo, a brincar e com uma bola de trapos, apenas porque faltava um. E a
meio de um recado que tinha ido fazer à mãe Elisa. Que não gostou:
afinal, entrou em casa já a meio da hora de jantar.
.
O futebol sempre foi a grande paixão do 'Pantera Negra' por influência do pai, Laurindo (que morreu novo, aos 35 anos, vítima de tétano), "um angolano branco", como explicou na última entrevista ao Expresso. No entanto, ninguém da família tinha o virtuosismo de Eusébio e a mãe cedo se viu em trabalhos para controlar esse destino. Como descreve João Malheiro na biografia do ex-jogador, "foi o filho por quem mais puxou".
.
.
O futebol sempre foi a grande paixão do 'Pantera Negra' por influência do pai, Laurindo (que morreu novo, aos 35 anos, vítima de tétano), "um angolano branco", como explicou na última entrevista ao Expresso. No entanto, ninguém da família tinha o virtuosismo de Eusébio e a mãe cedo se viu em trabalhos para controlar esse destino. Como descreve João Malheiro na biografia do ex-jogador, "foi o filho por quem mais puxou".
.
O avançado supersónico
Nascido a 25 de Janeiro de 1942, Eusébio cumpria a
vida de qualquer miúdo: aulas das 8h às 11h30, almoço, mais aulas das
14h às 16h30. Mas o que mais lhe interessava era o período pós-escola.
Com os amigos - entre os quais o primo Madala e o irmão de Hilário,
Orlando - passava horas a fio a jogar futebol. Ou, pelo menos uma vez, a
ver: foi um dos milhares de espectadores que marcaram presença na
inauguração do estádio do Desportivo de Lourenço Marques (o clube do
coração, um gosto 'herdado' do pai), quando era o tal miúdo que entrava
nas partidas de bairro porque faltava mais um.
Com o tempo, à velocidade da própria alcunha, passou a ser conhecido como Magagaga. Ou, em landim, o supersónico. Ou... Nené.
.
O primeiro clube de Eusébio foi os Brasileiros, ideia
de um vendedor de cautelas que passava tardes a ver os meninos do
bairro a jogar. Por isso, todos adoptaram o seu nome; ao 'Pantera
Negra', calhou Nené, médio da Portuguesa dos Desportos. No primeiro
jogo, Eusébio fez um bis e a sua equipa ganhou 7-1 ao Estrada de Angola.
Teve, como todos os amigos e colegas, direito a prémio: dez escudos. A
fera estava lançada.
.
Recusado, até mais do que uma vez, pelo clube do
coração, assina pelo rival Sporting de Lourenço Marques. Ainda era
júnior, mas a quantidade de golos que fazia funcionou como atalho para
os seniores; aí, a marca aumentou - 29 golos em 12 jogos. E quebrou o
jejum de títulos.
.
.
.
.
O primeiro trabalho, o primeiro salário
Os clubes da metrópole começavam a posicionar-se para
garantir o diamante em bruto que acabara de ser descoberto. Fosse
Benfica, Sporting, FC Porto ou Belenenses, todos tinham a convicção que
seria uma mera questão de tempo. Mas Eusébio queria era marcar golos.
.
.
Pelo meio, completou os estudos e ganhou mais uns
trocos: em 1959, fez o exame da 3ª classe com 15 valores; depois,
trabalhou no arquivo de uma empresa de acessórios para automóveis com um
salário de 1200 escudos por mês. Mas Lisboa era o seu destino.
IN "EXPRESSO"
05/01/14
.
Sem comentários:
Enviar um comentário