HOJE NO
"RECORD"
Associações contestam gestão
de Costa Oliveira
Um grupo de delegados da assembleia geral (AG) da Federação
Portuguesa (FPJ), encabeçado pela Associação Distrital de Judo de
Coimbra (ADJC), quer destituir Costa Oliveira, presidente da FPJ.
O manifesto associativo contém 22 críticas à gestão do atual líder
federativo que vai ter de defender-se da contestação na próxima
AGExtraordinária, marcada para 11 de janeiro, dia em que também se
discutirá, e eventualmente aprovará, o Orçamento de 2014.
Costa
Oliveira, que foi eleito para o novo ciclo olímpico, reagiu, enviando
uma mensagem aos delegados da AG, na qual se manifesta
surpreendido:“Alguns de vós contestam as decisões alusivas aos cortes
financeiros que têm surgido em resultado da crise que todos estamos a
atravessar (...)Mas a Direção adotou um conjunto de novos procedimentos.”
Já
Jorge Fernandes, ex-candidato à presidência da FPJ e líder da ADJC, tem
outra interpretação:“Para bem do judo, ele tem de ser destituído. Ao
ler a mensagem, só posso concluir que está louco! Apresentou um
orçamento retificativo que foi chumbado, trabalhando sem orçamento, e
teve, em 8 meses, um prejuízo de 137 mil euros. Em julho, fez na dotação
às associações um corte brutal de 29%, com efeitos retroativos desde
janeiro, pondo em causa o seu normal funcionamento. Os clubes também
nada receberam em 2013 e a maioria dos atletas deslocou-se a expensas
próprias nas provas internacionais. Vem, agora, com promessas
completamente demagógicas.”
Defesa
Costa
Oliveira, por sua vez, pede na sua mensagem bom senso aos delegados: “O
momento presente é muito difícil. Todos estamos a fazer um enorme
esforço para ultrapassar a crise e, perante a minha eleição, ainda há
tão pouco tempo, peço a vossa solidariedade para que encontremos o
caminho conjunto a prosseguir.”
O presidente federativo
promete para o novo ano: “Elaborar um novo orçamento para 2014 que
referirá 45% das verbas para dotar o funcionamento das associações,
percentagem nunca verificada em anos anteriores, eliminar as taxas a
clubes e atletas, e restituir às associações os cortes verificados em
2013, ao longo de duodécimos em 2014.”
Desconfiado
Jorge
Fernandes não está convencido:“Como se pode prometer aumentar as verbas
no atual momento de crise? Estas promessas não são realistas, além de
nesta altura não existir orçamento nem critério nas Seleções para 2014. A
contestação é enorme e eu estou convencido de que a direção da FPJ vai
cair.”
Costa Oliveira contrapõe:“Os fundamentos que levaram a
requerer a discussão da minha destituição pecam por enorme falta de
conhecimentos da realidade. Importa esclarecer todos para uma mais
ponderada decisão na altura devida.”
Carlos Andrade cumpre estatutos
O
presidente da AG da FPJ, Carlos Andrade, esclareceu ontem que basta
haver uma percentagem de 20% entre os delegados para ser convocada uma
AGextraordinária, como a que vai ser realizada a 11 de janeiro. “Não vai
haver nenhum golpe de estado na Federação, porque os estatutos da FPJ
permitem esta situação, no cumprimento das mais elementares regras
democráticas. Estou a fazer cumprir os estatutos, de acordo com as
minhas funções e, por isso, convoquei a AGextraordinária.” Caso Costa
Oliveira não resista a uma moção de censura, serão convocadas,
entretanto, eleições intercalares, num prazo de cerca de 60 dias.
* Não há nada melhor que o debate e o confronto nos orgãos próprios.
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