01/10/2013

NICOLAU SANTOS

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Ganhou o PS, a CDU 
e o PSD anti-Passos

Os resultados das eleições autárquicas não deixam dúvidas: o programa de ajustamento que tem sido conduzido pelo Governo pesou, em grande parte, na decisão dos eleitores.

Mas nem todo o PSD foi derrotado. O PSD de Rui Rio, Paulo Rangel e Miguel Veiga ganhou, ao derrotar de forma surpreendente Luiz Filipe Menezes no Porto, que perdeu para Rui Moreira, a maior vitória de um independente nestas eleições.

Para além de Passos, no PSD também foi estrondosamente derrotado Alberto João Jardim. Perder 7 câmaras em onze demonstra que o jardinismo está finalmente a chegar ao fim. Em Braga, o herdeiro de Mesquita Machado foi cilindrado. O fim do reinado da rosa na cidade dos arcebispos a favor do PSD é também um sinal de que os eleitores já não suportavam tanto caciquismo, tanto pato bravo e tantas suspeições, que medraram como cogumelos sob o domínio dos socialistas.

A CDU é uma força sólida como um rochedo. Consegue a enorme proeza de ganhar Loures, por ter tido a coragem de apresentar como cabeça de lista o seu líder parlamentar. Os três dinossauros que candidatou venceram todos. E o Alentejo voltou a ser quase todo vermelho.

O Bloco de Esquerda paga a factura de uma renovação apressada para um partido muito jovem. Francisco Louçã era uma referência incontornável. A liderança bicéfala foi claramente uma solução de compromisso, de quem não conseguia decidir. E os eleitores não perdoaram isso. João Semedo fez aliás um discurso que não está à sua altura na noite da derrota.

Finalmente, António José Seguro ganha, atinge todos os objetivos e mais alguns, mas a festa não foi no Largo do Rato. A verdadeira festa foi na sede de candidatura de António Costa. E quem ganha como Costa ganhou, tem o país a seus pés.

Os últimos dois vencedores foram os independentes e a abstenção. Os independentes vieram para ficar, se os partidos não arrepiarem caminho e continuarem a insistir em apresentar candidatos completamente desqualificados, como Pedro Pinto, pelo PSD, em Sintra.

Quanto à abstenção, aumentou e já vai quase nos 50%. Resultado da emigração, seguramente. Mas também da indiferença dos cidadãos.

IN "EXPRESSO"
30/09/13

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