HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Apenas 23 mulheres foram
eleitas presidentes de câmara
As mulheres presidem a apenas 23 das 308 câmaras do país, e, entre elas, mais de metade são do PS, o partido mais votado nas eleições autárquicas de domingo.
No total nacional, a percentagem de mulheres eleitas para liderar executivos municipais é de 7,46%.
O PS alcançou a presidência de 150 câmaras, colocando 12 mulheres à
frente de executivos municipais. São os casos de Alfândega da Fé (Berta
Nunes), Góis (Lurdes Castanheira), Mourão (Clara Safarra), Lagos
(Joaquina Matos), Portimão (Isilda Gomes), Amadora (Carla Tavares),
Odivelas (Susana Amador), Nisa (Idalina Trindade), Vila do Conde (Elisa
Ferraz), Abrantes (Maria do Céu Albuquerque), Alcanena (Fernanda
Asseiceira) e Tomar (Anabela Freitas).
A CDU conquistou 34 municípios, dos quais seis são presididos por
mulheres: Alandroal (Mariana Childra), Arroiolos (Sílvia Pinto),
Montemor-o-Novo (Hortênsia Menino), Silves (Rosa Palma), Constância
(Júlia Amorim) e Setúbal (Maria das Dores Meira).
O PSD, entre os 86 presidentes de câmara eleitos, apenas duas são
mulheres, em Arronches (Fermelinda Carvalho) e Freixo de Espada em Cinta
(Maria do Céu Quintas).
Já a coligação entre o PSD e o CDS-PP elegeu Isaura Morais, em Rio Maior, entre 16 presidentes de executivos camarários.
Os grupos de cidadãos conquistaram 13 câmaras municipais, elegendo
uma mulher em Anadia (Teresa Cardoso) e outra em Portalegre (Adelaide
Teixeira). Estes números mantêm a tendência verificada em atos
eleitorais passados.
Segundo um estudo da Direção Geral de Administração Interna sobre as
eleições autárquicas de 2009, somente 14% das mulheres ocupavam o lugar
de presidente, assim distribuídos: 21,5% nas assembleias de freguesia e
10,2% nas assembleias municipais. Quanto aos executivos municipais e de
freguesia, 7,7% e 7,6% eram liderados por mulheres, respetivamente.
Para a DGAI, estava em causa uma "reduzida expressão" das mulheres
autarcas, pouco mais que um quarto do universo total dos eleitos, apesar
de a participação feminina nos órgãos locais registar um "crescimento
gradual" nos últimos 30 anos.
Durante a campanha autárquica, a União de Mulheres Alternativa e
Resposta (UMAR) acusou "a esmagadora maioria" das forças políticas de
tratarem a candidatura de mulheres "como figuras de adorno" nas listas.
Em comunicado, a UMAR considera que está em curso um "recuo
civilizacional que 'legitima' a ausência da participação das mulheres na
política", sete anos depois da aprovação da lei da paridade, que prevê
que as listas tenham uma representação mínima de 33,3 por cento de cada
um dos sexos e que não tenham mais que dois candidatos do mesmo sexo
seguidos.
De acordo com a UMAR, em 1.219 cabeças de lista que se candidataram
às autárquicas de domingo, "apenas 156 são mulheres", ou seja, pouco
mais de um décimo (12,79%).
"Pelo menos neste critério a quota de paridade não revela uma
evolução positiva", afirma a organização, que lembrava ainda que mais de
70 candidaturas não respeitaram a lei da paridade, segundo a Comissão
Nacional de Eleições.
* Temos mais mulheres do que homens com formação superior e doutoramentos, mas infelizmente tanto conhecimento é mal usado para se impor a igualdade justa.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário