HOJE NO
"PÚBLICO"
Suécia é o melhor país para se ser idoso, Portugal fica em 34.º lugar
Suécia no topo, Afeganistão no fim da lista. Estes são o melhor e o
pior país para se ser idoso, segundo um estudo apresentado esta
terça-feira pelas Nações Unidas. Entre as 91 nações analisadas no Global
AgeWatch Index, que incluem 89% da população mundial com 60 ou mais
anos, Portugal fica no 34.º lugar, logo depois da Maurícia e antes da
China.
O estudo da Global AgeWatch Index 2013,
realizado com o apoio do Fundo para a População da ONU e do grupo
HelpAge International e lançado no Dia Internacional do Idoso, coloca a
Suécia, Noruega e Alemanha nos três primeiros lugares e a Tanzânia,
Paquistão e Afeganistão como os piores países para a terceira idade.
Para
chegar a esta classificação foram utilizados 13 indicadores, divididos
por quatro critérios, que atribuíram a cada país uma determinada posição
do ranking.
Os indicadores referem-se à estabilidade de
rendimento, estado de saúde, emprego e educação e ambiente favorável.
Por exemplo, no primeiro indicador que faz a leitura sobre o acesso a um
rendimento suficiente para ter uma vida condigna e a capacidade de o
utilizar de forma independente, o Luxemburgo ficou em primeiro lugar e a
Tanzânia em último. Portugal tem aqui a sua melhor classificação, ficando em 17.º, à frente do Uruguai e atrás da Eslováquia.
Quando
se fala em saúde, incluindo a esperança média de vida saudável aos 60
ou o bem-estar psicológico, a Suíça sobe ao primeiro lugar e o
Afeganistão volta a ocupar o último. A situação dos idosos portugueses
coloca o país em 29.º lugar, antes do Peru e depois da Venezuela.
No
indicador emprego e educação, onde são analisados factores como o
emprego de pessoas com 60 ou mais anos e os estudos académicos na
terceira idade, a nota máxima foi para os noruegueses e a pior para a
Jordânia, deixando para Portugal a 76.ª posição, entre o Vietname (75) e
Malta (77).
Quando à capacidade dos idosos terem a liberdade de
escolha para viverem de forma independente ou sob apoio permanente,
acesso a transportes públicos e a relações sociais, a Holanda bateu os
outros 90 países, entre eles o Paquistão, último segundo o estudo, e
Portugal (37.º).
Segundo o Global AgeWatch Index, em 2012 existam
809 milhões de pessoas com mais de 60 anos, cerca de 11% a população
mundial. Dentro de 28 anos, estima-se que essa população aumente até 16%
(1,375 milhões) e em 2050 o estudo considera que mais de um quinto da
população global tenha mais de 60 anos. Assim, dentro de 40 anos, a
fatia dos maiores de 60 vai ultrapassar, pela primeira vez, a que
representa os que têm menos de 15 anos.
No ano passado, cerca de
24,4% dos portugueses tinham mais de 60 anos e em 2030, segundo
previsões do relatório, serão mais de 32%. Dentro de 40 anos, essa
percentagem sob para 40,4%.
Silvia Stefanoni, chefe executiva interina da HelpAge International, sublinha no site
da organização que o aumento da população idosa se deve a “melhores
dietas, condições sanitárias, avanços médicos e melhor prosperidade, mas
também à queda das taxas de natalidade”. Com a previsão de que a
população idosa passe a representar, dentro de 40 anos, um quinto das
pessoas no mundo, Silvia Stefanoni considera a “contínua exclusão da
velhice das agendas nacionais e globais um dos maiores obstáculos para
responder às necessidades que surgem com o envelhecimento da população
mundial”.
A responsável considera que o relatório apresentado esta
terça-feira dá uma "melhor compreensão da qualidade de vida das
mulheres e homens à medida que envelhecem” e ajuda a concentrar a
atenção “onde as coisas estão a ir bem e onde há que fazer melhorias".
* Os nossos velhos estão feitos e os que para lá caminham ainda pior.
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