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Casos de cancro vão aumentar
12 a 15% por ano em Portugal
Os casos de cancro em Portugal deverão aumentar entre 12 a 15% por
ano, até 2030, segundo estimativas de um relatório sobre doenças
oncológicas hoje apresentado em Lisboa.
De acordo com Nuno
Miranda, coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas,
esta estimativa tem apenas por base o aumento da esperança de vida e o
envelhecimento da população.
Enquanto em 2010 a incidência do cancro era pouco superior a 40 mil casos, em 2020 atingirá os 50 mil.
O
secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, que esteve presente na
apresentação do documento, sublinhou que cerca de metade dos cancros em
Portugal são preveníveis, alertando para uma aposta que é necessária na
prevenção da mortalidade precoce, nomeadamente através do abandono do
vício do tabaco.
O aumento de tumores foi, nos últimos anos, uma
realidade para quase todos os tipos de cancro, com exceção da neoplasia
do colo do útero, visível no aumento da produção hospitalar em
oncologia.
Apesar deste crescimento, o relatório indica que o
número de cirurgias realizadas em 2012 teve uma “discreta diminuição”,
inferior a 1%, enquanto aumentou o tempo que os doentes esperam por uma
operação, que passou de uma média 25, para 26 dias.
As causas da
redução das cirurgias não ficaram apuradas no relatório, com o
coordenador a encarar esta situação como “um sinal de alerta”, mas “não
um sinal de preocupação”.
Nuno Miranda, contudo, tal como o
secretário de Estado da Saúde, afastam um cenário de problemas de acesso
dos doentes, uma vez que a assistência dos hospitais aumentou e a
mortalidade tem diminuído.
Num comentário ao documento, o diretor
clínico do Instituto Português de Oncologia de Lisboa lembrou que a
diminuição das cirurgias a tumores ocorre num momento em que a produção
cirúrgica do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou.
João
Oliveira colocou a hipótese de estar a “operar-se melhor”, diminuindo a
necessidade de cirurgias de repetição ao cancro, indicando que, só no
IPO de Lisboa, 30% das operações à tiroide são para fazer “resgate de
outras”, feitas noutros hospitais.
Ao contrário do que se
verificou nas cirurgias, em termos de radioterapia e quimioterapia, tem
havido um “aumento significativo” do número de sessões todos os anos, em
resposta ao crescimento dos casos de cancro.
Só nos últimos quatro anos, registou-se mais de um terço de aumento do número de sessões de radioterapia.
Também
nos medicamentos oncológicos se registou um aumento das embalagens
dispensadas, passando de 31,4 milhões, em 2011, para 32,9 milhões, no
ano passado.
Em termos de custos para o SNS, com estes fármacos,
no entanto, registou-se uma redução de cerca de três milhões, que o
coordenador do programa atribuiu “às negociações feitas pelo Ministério
da Saúde com os laboratórios”.
* Um desespero para quem sofre e para quem está ao lado.
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