HOJE NO
"i"
Exercício físico regular potencia resultados escolares dos adolescentes
"É uma descoberta importante, nomeadamente à luz das políticas britânica e europeia que visa aumentar o número de mulheres a trabalhar nos setores científicos", sustenta um dos autores do estudo, que foi coordenado por Josephine Booth
A
prática de exercício físico regular permite melhorar os resultados
escolares dos adolescentes, especialmente das raparigas nas disciplinas
científicas, revela um estudo publicado hoje pelo British Journal of
Sports Medicine.
Os investigadores da Universidade de Dundee, na
Escócia, acompanharam 5.000 jovens britânicos desde o nascimento, no
início dos anos 1990, comparando os seus resultados físicos e escolares
respetivamente aos 11, 13 e 16 anos.
Aos 11 anos, os rapazes
praticavam 29 minutos de exercícios moderados ou vigorosos por dia
contra os 18 minutos das raparigas, numa idade em que é recomendada a
prática de 60 minutos de atividade física por dia.
Comparando os
resultados escolares das crianças nas disciplinas de inglês, matemática e
ciências, os investigadores identificaram uma correlação entre o
sucesso e a quantidade de exercício físico, com as raparigas a
registarem melhores resultados nas matérias científicas.
Os
efeitos são ainda mais visíveis aos 16 anos nos casos em que a prática
da atividade física começou cedo, com a melhoria dos resultados
escolares por cada período adicional de 17 minutos de exercícios diários
praticados aos 11 anos.
"É uma descoberta importante,
nomeadamente à luz das políticas britânica e europeia que visa aumentar o
número de mulheres a trabalhar nos setores científicos", sustenta um
dos autores do estudo, que foi coordenado por Josephine Booth.
Os
autores do estudo especificam que ajustaram os resultados tendo em conta
outros fatores suscetíveis de afetar os resultados escolares, como os
casos de mães fumadoras durante a gravidez, pouco peso à nascença, o
facto de terem ou não atingido a puberdade e diversos fatores económicos
e sociais.
Os autores do estudo consideram que apesar de
necessitarem ainda de ser afinados, os resultados do estudo mostram que
consagrar mais tempo à educação física beneficia a saúde e não
interfere, e até melhora, os resultados escolares.
* Não responsabilizamos a redacção do "i" por a ignorância desta notícia, vamos ao que interessa.
Há cerca de 40 anos o professor José Esteves, escreveu um livro, "O Desporto e as Estruturas Sociais" onde referiu minuciosamente a necessidade do exercício fisico como potenciador do desenvolvimento intelectual e da melhoria da aprendizagem. Dizia nesse livro que os suecos nos anos 40, tinham efectuado uma experiência piloto em escolas secundárias, incrementando em algumas turmas aulas de educação física diárias. Passado um tempo necessáriamente prolongado, foi verificado que os resultados escolares dos alunos que tiveram aulas de educação física diária, eram substancialmente melhores do que os alunos que apenas tinha duas aulas de "ginástica" por semana.
José Esteves que foi o primeiro sociólogo português do desporto, combateu o fascismo escrevendo sem temor e fundamentadamente sobre o desporto. Portanto, este estudo/descoberta escocês, é mais duche!!!
Deixamos-vos com um excerto do seu livro:
" A rivalidade no desporto é tanto maior quanto maiores forem as rivalidades sociais, regionais, nacionalistas e outras. E a ambição da vitória é uma preocupação tanto mais acentuada quanto maiores forem as frustações sociais.
As dívidas monstruosas contraídas pelos clubes exprimem toda a obsessão do resultado. Se as agremiações desportivas vegetam na grandeza dos seus défices, é porque os associados fazem do comportamento das equipas umarazão de prestígio,um motivo de vergonha, uma questão de honra. Para garantir ou acautelar os êxitos, são os dirigentes obrigados a comprar os jogadores mais habilidosos ou esperançosos, por verbas incomportáveis, e sempre crescentes. Como, de igual modo, são forçados a contratar, a peso de oiro, os treinadores de processos fulgurantes, os que melhor dirigem ou conduzem os homens, nas batalhas dos estádios. E para cobrir as ofertas dos adversários e encargos resultantes, com frequência desabusada se recorre à mobilização de mecenas, aos empréstimos urgentes,às hipotecas de ocasião, às influências políticas, aos favores dos governantes. Para não falar, já, da pressão moral, e, mesmo, do suborno de árbitros e contendores, como também dos habilidosos processos de secretaria, da agressão corporal, da utilização de excitantes pelos jogadores da própria equipa, etc."
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