HOJE NO
"i"
Presidente de instituto da justiça
acusado pelo DIAP
O
Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa acusou na
passada quarta-feira o presidente do Instituto de Gestão Financeira e
Equipamentos da Justiça, Rui Pereira, de participação económica em
negócio e falsificação de documento. A investigação do Ministério
Público não tem em conta factos ocorridos durante o desempenho das
actuais funções, mas um alegado favorecimento familiar quando este
ocupava o cargo de director municipal de Cultura na Câmara de Lisboa.
Contactado
pelo i, o responsável, nomeado este ano pela ministra Paula Teixeira da
Cruz, recusou fazer qualquer comentário sobre assuntos relacionados com
a investigação.
Segundo a acusação, Rui Pereira terá contratado
entre 2008 e 2009 serviços jurídicos para a elaboração de um parecer
sobre direitos de autor sobre espólio da Casa Fernando Pessoa -
instituição tutelada pela Câmara de Lisboa. O contrato acabou por ser
adjudicado a duas juristas, sendo uma delas a irmã da mulher de Rui
Pereira.
O departamento liderado por Maria José Morgado acredita
que na sequência da elaboração deste parecer jurídico terá sido pago 30
mil euros por um parecer que nunca terá sido entregue. O parecer,
segundo o DIAP de Lisboa, nunca terá sido entregue.
O Ministério
Público considera que dada a proximidade e as relações familiares entre o
responsável e uma das advogadas que levou a cabo o trabalho contratado
por ele, enquanto director municipal de Cultura, é um indício consitente
do crime de participação económica em negócio, um crime punível com
pena de prisão até cinco anos.
A acusação do DIAP de Lisboa por
falsificação de documento está relacionada com a convicção que os
investigadores têm de que o parecer sobre os direitos de autor da Casa
Fernando Pessoa nunca fora entregue, existindo um documento que simulará
a sua existência e entrega nos serviços.
Segundo o i apurou, a
acusação do DIAP de Lisboa foi notificada aos três arguidos na passada
quarta-feira, dia 23. Decorrem neste momento os prazos para os arguidos
contestarem a acusação e as medidas de coação que terão sido pedidas
pelo DIAP de Lisboa ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Primeiras suspeitas
Em
2011, o Público noticiou que a autarquia de Lisboa havia pago dezenas
de milhar de euros por um estudo jurídico de cuja existência os serviços
do município duvidavam, ainda que nunca tivessem esclarecido se havia
sido feito. Segundo o mesmo jornal, em Dezembro de 2008, o contrato -
subscrito por Rui Pereira e pela sociedade Amaral & Lourenço -
representada pela advogada Inês Amaral -, previa um estudo sobre o Museu
do Design e da Moda (Mude) e três outros trabalhos, referentes à Casa
Fernando Pessoa e às fundações que se dedicam à promoção de grandes
autores.
* Dinheiro sem trabalhar num país à beira mar.
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