HOJE NO
"PÚBLICO"
Só um em cada cinco portugueses
confia na liderança política
Só um em cada cinco portugueses confia na liderança política, um
sentimento de descrédito que se agravou nos últimos cinco anos e que é
uma tendência comum na Grécia, Espanha e Irlanda, revelou uma análise do
instituto de pesquisa Gallup.
CONFIA NELE? |
Se, em 2008, 41% dos
inquiridos portugueses tinha confiança na governação, este ano a
percentagem não vai além dos 20% (um valor idêntico ao registado em
Espanha), revelou o estudo intitulado “A crise Económica e Política:
percepções e realidades” divulgado nesta quinta-feira, na Fundação AIP.
O
estudo realizado através de inquéritos a portugueses, gregos,
irlandeses e espanhóis para perceber a percepção dos cidadãos destes
países quanto ao impacto da crise nas suas vidas compara o período entre
2008 (ano em que faliu o Lehman Brothers e eclodiu a crise financeira
que rapidamente contaminou a economia real) e 2013.
CONFIA NELA? |
Na Grécia, o
descrédito na liderança política é ainda maior e o voto de confiança
surge apenas de 14% da população, um valor que compara com os 33% da
Irlanda.
Outra das conclusões da análise aos países
intervencionados pelas instituições internacionais (ainda que apenas ao
nível da banca, no caso da Espanha) é que a maioria dos portugueses
inquiridos (80%) está tão pessimista hoje em relação à evolução da
economia quanto estava há cinco anos e este sentimento só é superado
pelos gregos (90%).
CONFIA NELE? |
A contrastar com o aumento da desconfiança na
classe política, verificou-se em Portugal uma melhoria da reputação da
classe militar que foi um sector que recentemente evidenciou alguma
recuperação em termos de imagem pública, a par das instituições
financeiras e do sistema judicial.
A existência de corrupção no
mundo dos negócios também é uma convicção partilhada pelos inquiridos
dos quatro países, mas enquanto na Irlanda só 45% dos inquiridos tem
esse percepção, em Portugal são 89% (acima dos 86% em 2008, mas abaixo
dos 90% de 2009), que comparam com os 86% da Grécia e dos 85% de
Espanha.
CONFIA NELE? |
Entre outras conclusões, a análise evidencia ainda que,
em Portugal, a taxa de desemprego sobe desde 2008, mas paralelamente o
índice de satisfação profissional desce, e que cerca de um quarto dos
portugueses inquiridos gostaria de emigrar (23% pensa fazê-lo nos
próximos 12 meses e 5% já se preparam para o fazer). O destino
preferencial é o Brasil, seguindo-se a França e os Estados Unidos.
* 20% constitui uma simpatia para o governo.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário