13/09/2013

PEDRO NUNO SANTOS

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Igualdade, a prioridade

O economista Daniel Bessa, ex-ministro do Partido Socialista, escreveu na última edição do jornal “Expresso”, a propósito do debate sobre a reforma do IRC, que “o nosso maior problema, neste momento, não é a equidade mas o de criar condições de sobrevivência no plano económico”. Pois eu julgo que um dos nossos maiores problemas é continuarmos a dar excessivo espaço mediático a economistas que não perceberam nada sobre o que nos aconteceu, e que não fazem a menor ideia de como vamos sair da armadilha, de fraco crescimento e dívida elevada, em que caímos. 

Infelizmente, em vez de a comunicação social dar espaço a uma nova geração de economistas, altamente qualificados, que tem produzido pensamento económico alternativo de grande qualidade, continua a dar voz aos mesmos que já andamos a ouvir há demasiados anos, e que olham para a economia de um país como olham para as suas economias domésticas.

A elevada desigualdade na distribuição de rendimento das sociedades contemporâneas foi mesmo uma das principais causas da actual crise económica, como tão bem explica James K. Galbraith no seu livro “Inequality and Instability”. E não só a desigualdade está na origem da crise, como penaliza fortemente o desempenho económico actual e impede uma recuperação sustentável, como também explica bem o Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, no seu livro “O preço das desigualdades”.

 Portanto, ao contrário do que diz Daniel Bessa, a elevada desigualdade entre os portugueses é mesmo um dos nossos principais problemas. Só recuperaremos economicamente se dermos prioridade ao seu combate. Aliás, esta devia ser uma das prioridades permanentes do nosso país. É que também noutras áreas, como a saúde e a segurança, as sociedades com maiores níveis de igualdade funcionam melhor.

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11/09/13

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