HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Receita fiscal sem folga
para o resto do ano
Encaixe com IRC e IRS está a compensar o
desempenho negativo do IVA. As receitas com a tributação do consumo
estão a recuar 2,3%.
As administrações públicas arrecadaram
22.848 milhões de euros em receita fiscal nos primeiros oito meses do
ano, o que representa um crescimento homólogo de 4%, um valor igual à
meta anual estabelecida no orçamento rectificativo, calcula o próprio
ministério das Finanças.
O FISCO |
Isto significa que nos restantes quatro meses do ano não há margem
para falhar nem execução das receitas, nem na das despesas. A
preocupação nesta frente aumenta pelo facto da taxa de crescimento
homóloga da receita fiscal ter caído em dois meses consecutivos (foi de
6,5% em Junho).
O encaixe fiscal está a beneficiar de um aumento homólogo de cerca de
19% da receita com impostos directos, um valor que supera a taxa de
15,9% orçamentada para o total do ano. Só a receita de IRS cresceu 30%
ou 1700 milhões de euros nos primeiros oito meses do ano, a tradução do
aumento de impostos decretado para este ano.
O IRC também está a evoluir a bom ritmo, crescendo 6% em termos
homólogos, o que equivale a 150 milhões de euros, e ultrapassa em muito a
meta de 3,1% para o total do ano.
Piores notícias chegam do lado dos impostos indirectos que, segundo a
DGO, registaram um recuo de 5,2% em termos homólogos, o qual temer pela
meta de uma queda de 4% inscrita no orçamento rectificativo.
Considerando apenas os impostos indirectos cobrados pelo subsector
Estado (isto é, excluindo serviços e fundos autónomos e institutos), as
receitas com a tributação do consumo estão a recuar 2,3%, puxada por
quedas de 2,1% no IVA e de 3,6% no ISP, os dois impostos indirectos com
mais peso. O Governo explica em parte o mau desempenho do IVA por um
aumento de reembolsos, e sublinha bons desempenhos noutros impostos
menos relevantes, como Selo, IABA, ISV e IUC.
Também a penalizar as contas do lado da receita estão as
contribuições para a Segurança Social que, entre Janeiro e Agosto,
ascenderam a 11.943 milhões de euros, mais 6,3% que no ano anterior, mas
aquém dos 9,5% de meta anual. O crescimento expressivo é em parte
explicado pela devolução de um salários aos funcionários públicos que se
traduz também em mais receita da CGA.
Considerando apenas os contratos individuais de trabalho, que incluem
essencialmente o sector privado, conclui-se que a receita com
contribuições e quotizações cresceu 0,2% em termos homólogos.
* A felicidade da ministra face às receitas fiscais, é directamente proporcional à pobreza dos portugueses.
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