HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
ICA exige pagamento de 12,5 milhões
à Zon, PT e Optimus
O Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) anunciou hoje, em
comunicado, que iniciou o procedimento de liquidação oficiosa, ao abrigo
da nova Lei do Cinema e do Audiovisual, aos operadores de televisão por
subscrição Zon, Meo e Optimus. Em causa estão 12,5 milhões de euros.
De
acordo com o comunicado do conselho diretivo do ICA "o procedimento
agora iniciado seguirá os trâmites legalmente previstos no sentido de se
proceder à efetiva cobrança da taxa anual que se mostrar devida".
Os
operadores de televisão por subscrição em causa são os que não
procederam à autoliquidação, uma das fases do processo relativo à
cobrança da nova taxa anual prevista na Lei do Cinema e do Audiovisual.
No
final de agosto, o ICA já tinha anunciado que terminara o prazo para os
operadores de serviços de televisão por subscrição procederem à
regularização voluntária do pagamento da taxa anual e iria avançar com
os processos de cobrança coerciva e de liquidação oficiosa.
Os
operadores em causa - a Meo (PT), a Zon/TV Cabo, a Optimus, a Vodafone e
a Cabovisão - deviam ter pago ao Estado, até 31 de julho, um montante
que resulta do pagamento de uma nova taxa anual, inscrita na nova Lei do
Cinema, de 3,5 euros por cada subscrição de acesso aos seus serviços.
Na
sequência do comunicado hoje divulgado, contactada pela agência Lusa, a
diretora do Departamento de Cinema e do Audiovisual, Filomena Serras
Pereira, precisou que o ICA iniciou o procedimento de liquidação
oficiosa aos operadores de televisão por subscrição não procederam à
autoliquidação, neste caso, a Zon, Meo e Optimus.
Quanto aos que
procederam à autoliquidação - a Vodafone e a Cabovisão - o processo de
cobrança coerciva também já foi desencadeado.
A autoliquidação
pelos operadores seria uma primeira fase deste processo "em que as
operadoras fazem o cálculo do valor em dívida a pagar ao Estado",
explicou à Lusa responsável do ICA.
Relativamente à cobrança
coerciva, "é feita através da Autoridade Tributária, para execução
fiscal", enquanto a liquidação oficiosa "é um processo que envolve
outros trâmites e procedimentos" com os operadores, começando pela sua
notificação.
Apesar dos procedimentos legais serem diferentes nos
dois casos, o objetivo de cobrança dos valores em dívida é o mesmo, e o
ICA assegura que vai ser entregue aos serviços competentes, "sempre
dentro da lei".
A verba resultante da nova taxa deveria entrar
para os cofres do ICA para posterior investimento em produção no setor,
que produtores, realizadores e outros agentes consideram encontrar-se,
há muito, numa situação de "asfixia", por falta de financiamento.
O
incumprimento fiscal dos operadores foi denunciado no início de agosto
pela Associação de Produtores de Cinema e Audiovisual (APCA), entidade
que revelou o montante total em dívida de 12,5 milhões de euros.
Segundo
a APCA, o Grupo Zon deveria ter pago 6,3 milhões de euros, a PT
Comunicações 4,6 milhões de euros, a Cabovisão um milhão de euros, a
Vodafone cerca de 166.000 euros (valor que difere do que foi indicado à
Lusa pela própria empresa) e a Optimus, de 148.000 euros.
No
início de setembro, a Associação dos Operadores de Telecomunicações
(APRITEL), entidade que reúne vinte associados, anunciou que também vai
recorrer aos mecanismos legais disponíveis para contestar a nova Lei do
Cinema e do Audiovisual, que considera inconstitucional.
Num
comunicado enviado à agência Lusa, a 01 de setembro, a APRITEL
sustentava que a nova legislação (Lei n.º 55/2012 de 06 de setembro), e
que deverá entrar em vigor na íntegra dentro de 15 dias "viola a Lei e o
Direito Europeu".
Criada em 1995 por operadores privados de
telecomunicações, reúne, entre outros associados, a Optimus, a PT
Comunicações, a Cabovisão, a Vodafone, e a Zon Multimédia.
* Andam a fugir com o "canal" à seringa.
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