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Contratos a prazo terão máximo de 12 meses, mas empresas manterão pessoas fora do quadro até 2016
Os contratos a prazo que acabem este ano vão poder ser renovados até 2016 sem que os trabalhadores entrem no quadro. A proposta foi ontem apresentada e sofreu logo uma alteração na primeira reunião com os parceiros sociais: as empresas só poderão fazer contratos de 12 meses (no total), em vez dos 18 meses previstos pelo Governo. Ao mesmo tempo, só poderão ser feitos dois contratos de um ano - e não dois contratos de 18 meses - mesmo que o limite da lei se mantenha em 31 de Dezembro de 2016. Esta proposta de alteração foi apresentada pela UGT, na reunião entre os parceiros e sindicatos.
Até ontem, o Executivo propunha uma lei transitória, à semelhança da
que foi aplicada no início de 2012, que admitia duas renovações
extraordinárias no caso de contratos a termo certo que atinjam o limite
legal de três anos ou três renovações. Uma vez que a primeira lei
terminou a 30 de junho, o Executivo propôs agora sua extensão, deixando
de fora apenas as pessoas que já viram o seu contrato a terminar a 1 de
julho deste ano.
Os apelos dos parceiros sociais vieram alterar a
proposta inicial e, agora, o Governo admite contratos mais curtos, de
apenas 12 meses, desde que o limite se mantenha em dezembro de 2016. Ou
seja, isto possibilita um máximo de cinco contratos a termo certo, para
que findo esse período o trabalhador possa ser integrado no quadro da
empresa ou deixe o posto.
O pedido de redução do tempo máximo dos
contratos a prazo partiu dos sindicatos, que entendem que este vínculo
laboral abre caminho a uma situação instabilidade.
Carlos Silva
explicou à saída da reunião que a proposta colocada pela UGT consistia
numa redução dos contratos a termo de 18 para 12 meses e ainda uma
redução do limite de 2016 para 2015. O Dinheiro Vivo sabe que o Governo
acolheu unicamente uma das propostas reduzindo apenas o período de cada
contrato.
"Ou defendemos desemprego ou defendemos precariedade",
afirma Carlos Silva lembrando que "entendemos que é preferível que haja
alguma precariedade durante mais algum tempo, uma vez que o país ainda
se ressente deste flagelo que estamos a atravessar, do que mandar os
trabalhadores para o desemprego". De qualquer forma lembra que "viemos
propor que houvesse consciência da parte do Governo para não penalizar
tanto os trabalhadores e para não continuarmos a apostar na precariedade
das relações laborais".
Arménio Carlos diz, por seu lado, que
"isto não faz sentido nenhum". Como refere "estamos a falar de um
projeto extraordinário que justificava fazer uma avaliação que não foi
feita ". A CGTP entende que está em causa "o prolongar da precariedade
nesta lógica de continuidade de um modelo baseado em baixos salários" e
lembra que, em média, um contratado no quadro recebe 622 euros mensais
enquanto que um colega contratado a prazo vê o salário baixar para os
549 euros.
De acordo com o ministro Pedro Mota Soares, o
documento será enviado para a Assembleia da República "o mais
rapidamente possível", mas a Conderação dos Agricultores (CAP) refere
que talvez o documento ainda dê entrada hoje no Parlamento, já que
encerra ainda hoje para férias.
João Machado, presidente da CAP
diz ainda que, mediante os tempos da Assembleia, a nova lei poderá
entrar em vigor até ao início de outubro.
* Uma lei desumana e anti-económica, a precaridade laboral é um dos piores venenos sobre a economia.
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