HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"
Rui Rio e o 'caso' da ministra das Finanças
"O Governo tem um problema
neste momento"
O presidente da Câmara portuense defendeu hoje que alguém “que não diz a verdade toda” no Parlamento não deve ser ministra das Finanças e considerou a governante como o "elo mais fraco" e “uma pedra no sapato” do Governo.
“Se vivêssemos numa democracia adulta, uma pessoa que não diz a verdade toda, e pelo menos isso é certo que ela fez, não devia ocupar o cargo (…). O Governo tem um problema neste momento. É uma pena ter aquela pedra no sapato”, frisou o presidente da Câmara do Porto.
Recusando avaliar se a ministra mentiu no caso dos contratos 'swap', Rui Rio vincou que a experiência que tem e a avaliação que faz às “capacidades” da governante “é muito má”, defendendo que, “se fosse primeiro-ministro”, Maria Luís Albuquerque “evidentemente não seria ministra das Finanças”.
O também presidente da Junta Metropolitana do Porto revelou que esta entidade alertou Maria Luís Albuquerque para os contratos 'swap' na empresa do Metro do Porto e que ela, “pura e simplesmente”, não respondeu.
Quanto ao Governo, Rui Rio lamentou os “erros primários nestes dois anos”, a começar pelo “disparate completo” da criação de superministérios, “em nome da demagogia”.
“O erro está corrigido, mas o elo mais fraco é este erro com a ministra das Finanças”, vincou.
Até o “reforço do CDS-PP” na recente remodelação governamental é, para Rio, culpa da ministra.
“É o preço que o Governo pagou por manter a ministra das Finanças”, observou.
Questionado sobre se o executivo tem condições para se manter durante mais dois anos, o autarca sustentou que “vai depender do mérito do Governo”, mas afirmou que o mesmo tem agora “mais hipóteses do que há dois meses”.
Rui Rio destacou o papel do Presidente da República na gestão da crise política, porque a forma como a geriu “criou condições mais favoráveis ao país”.
O autarca social-democrata revelou que apenas “qualquer coisa transcendente e importante para o país pode alterar por completo” a programação de vida “fora da política” desenhada para depois das autárquicas, quando termina o mandato de 12 anos na Câmara do Porto.
“A minha programação de vida é sair para uma atividade ligada à minha profissão de economista. Estou à procura de uma saída profissional fora da política”, adiantou.
Quanto aos mercados, que “há dois anos” colocaram Portugal “no lixo”, Rio nota que agora aplaudem o país dizendo que está no bom caminho mas “a situação ainda é pior”.
“Batem-nos palmas porque tivemos um Governo que teve coragem de tomar medidas duras e uma população que teve capacidade de as sofrer quase em silêncio”, observou.
Para Rui Rio, “os assobios são mais para a 'troika', que impõe ao Governo mais do que devia”.
O social-democrata sustentou que o crescimento económico do país depende da sua capacidade de “exportar mais” e apontou como “pedra de toque” o investimento estrangeiro que é preciso promover, “com um pacote eficaz de medidas amigas do investimento”.
A ministra das Finanças garantiu hoje que não demorou dois anos a resolver o problema dos ‘swap’ e que o aumento das perdas potenciais para 3000 milhões de euros teve a ver com as taxa de juro, que o executivo não controla.
* Entre um PSD e uma PSDinha não vale a pena intrometer, deixa-os pousar.
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