HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Licores de Valongo chegam à China: Xarããããããão!
O gigante
asiático é o mercado a que mais brinda esta produtora de bebidas, que
apostou na exportação depois da chegada da segunda geração ao poder
Hugo Monteiro | Empresário responde pela produção diária de 10 mil garrafas de licores, xaropes e destilados em Valongo.
Os rótulos já foram traduzidos para mandarim, redesenhados com
tonalidades vermelhas e douradas e as garrafas de amêndoa amarga e licor
de ervas estão por estes dias a bordo de um navio a caminho da China. É
a primeira grande encomenda da Xarão rumo a Oriente - a segunda segue
este mês -, visto como "o grande degrau na exportação" para a produtora
de Valongo, que em 2012 subiu 8% a facturação, para 2,8 milhões de
euros.
Hugo Monteiro, 38 anos, foi o homem que trouxe primeiro "uma
perspectiva diferente" e está agora a dar um trago internacional mais
forte ao negócio "de garagem" fundado pelo pai em 1982. Em 2004, deixou a
mecânica porque "o sangue falou mais alto" e era "o filho mais
disponível para assumir o barco". Desde então, já por duas vezes, a
última em 2009, o "problema bom" do "aumento substancial de encomendas"
obrigou à troca de instalações e equipamento.
A empresa produz diariamente 10 mil garrafas com as 42
referências de licores tradicionais portugueses, xaropes e destilados,
mas a fábrica onde trabalham 17 pessoas tem capacidade para 14 mil. Além
das marcas próprias, vende também para as insígnias Makro, Minipreço e
Sonae. A exportação é tão natural como a sede: "Uma empresa pequena num
país pequeno tem de ter essa ambição".
Há quatro anos, quando só fazia vendas pontuais para os PALOP, um
grupo francês da grande distribuição fez uma encomenda que acabou
chumbada por falta de certificação da empresa. "Já na altura se falava
em crise e para avançar para o projecto de exportação" precisavam desse
selo, contou Monteiro. Concluído o processo, o reforço dos negócios no
estrangeiro foi imediato. Prevê fechar este ano com uma quota de
exportação de 15% - a meta é de 30% em 2016.
"Milhões que não acabam"
Para o Brasil segue
anis, amêndoa amarga e ginja; absinto para o Paraguai. Na Venezuela está
a registar a marca, na Colômbia a negociar com um distribuidor. À
receptividade na América Latina soma "há muito" vendas no Canadá, Cabo
Verde, São Tomé, Espanha e Luxemburgo. A "grande aposta", porém, é na
China, onde Monteiro esteve em Março a fechar acordos com dois agentes e
um representante em Pequim.
"Eles são tantos milhões que aquilo nunca mais acaba. Alguém me
dizia lá: 'Estamos fartos de comer e beber o que comemos e bebemos toda a
vida, queremos coisas novas'", frisou Monteiro, que voltou
"surpreendido pela receptividade" e por conferir: "Ainda temos boa
imagem lá fora". O gestor nortenho crê que a China, onde "todos vêem a
tábua de salvação", será o melhor mercado da Xarão. E o momento "tem de
ser agora, antes de ser invadido".
* Beba da Xarão com sofreguidão, viaje p'rá China de coisa na mão.
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