HOJE NO
" DIÁRIO ECONÓMICO"
Salários nos conselhos de administração não podem superar o de Passos
A estrutura remuneratória da proposta de lei de reguladores é "desajustada", defende o Tribunal de Contas.
O Tribunal de Contas sublinhou hoje que a estrutura remuneratória
prevista na proposta de lei-quadro dos reguladores "esta desajustada" e
defendeu que os salários dos membros dos conselhos de administração não
devem ultrapassar o vencimento do primeiro-ministro.
"O Tribunal de Contas concluiu que a estrutura remuneratória
afigura-se desajustada, porque a comissão de vencimentos é uma estrutura
que é muito familiar e próxima das pessoas a quem vai fixar as
remunerações", explicou o vice-presidente do Tribunal de Contas (TC),
Carlos Antunes.
O responsável, que falava numa audição do TC sobre a proposta de
lei-quadro das entidades reguladoras, sugeriu por isso que seja aplicado
o regime de remunerações dos gestores públicos, que não podem
ultrapassar o vencimento do primeiro-ministro.
"Não vemos que estes membros [dos conselhos de administração dos
reguladores] se diferenciem em termos de remuneração dos gestores
públicos. Era mais transparente e equitativo aplicar este regime já
previsto no nosso ordenamento jurídico", frisou.
A proposta de lei-quadro dos reguladores cria comissões de
vencimentos que serão compostas por dois elementos do Governo e um do
regulador e vai definir as remunerações dos membros do Conselho de
administração.
Em resposta a uma pergunta do deputado socialista Eduardo Cabrita, o
vice-presidente do Tribunal de Contas sublinhou ainda que a Assembleia
da República deve ter "um parecer vinculativo no que toca à nomeação dos
membros do conselho de administração".
O deputado comunista Bruno Dias questionou o responsável do Tribunal
de Contas sobre o facto de os membros do conselho de administração terem
direito a uma compensação de metade do vencimento mensal durante os
dois anos seguintes à cessação de funções, segundo o atual texto da
proposta de lei.
Carlos Antunes frisou que o TC não se pronunciou sobre o assunto, mas em termos pessoais afirmou discordar dessa compensação.
Quanto ao papel da Assembleia da República, o responsável do Tribunal
de Contas frisou que aquela "deverá estar sempre presente" em matéria
de reguladores, nomeadamente ter iniciativa na criação ou extinção das
entidades reguladores, que a atual lei prevê que esteja dependente da
iniciativa do Governo.
"Porque não permitir que a Assembleia da República tenha iniciativa
neste domínio e este esteja dependente da iniciativa do Governo?",
questionou.
* Alguém acredita que esta ideia não seja peregrina, pois se o grande objectivo de boys e girls é estarem na administração de empresas públicas, sejam elas quais forem, pois as mordomias são muitas.
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