HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Pais acham que ministro da Educação perdeu "toda a credibilidade"
A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) lamentou hoje a forma como estão a decorrer os exames nacionais do Ensino Secundário, considerando que o ministro da Educação perdeu "toda a credibilidade".
"Os pais estão a ver aquilo que está a acontecer hoje, dia de exame,
como um precedente. Não sei como é que o Ministério vai conseguir
resolver e atender aos constrangimentos que foram causados", disse à
Lusa o responsável da direção da CNIPE Rui Martins, referindo-se ao
facto de nem todos os alunos inscritos terem conseguido realizar hoje o
exame de Português, devido à greve de professores.
Para Rui Martins, "criou-se uma bagunça" e ainda não é conhecida uma
solução: "Neste momento não sei como é que o ministro vai resolver o
assunto e perdeu toda a credibilidade".
O representante dos encarregados de educação entende que é preciso
"apurar os responsáveis", lembrando que hoje de manhã tinha ouvido "o
secretário de estado João Grancho dizer com toda a convicção que ia
correr tudo bem".
"Como é que isso é possível, quando nós, enquanto pais, que não
estamos dentro das escolas, percebemos que não havia condições para que
fosse garantida a equidade e que tudo fosse feito dentro da normalidade.
O que hoje constatamos é que as coisas não correram nada bem", criticou
Rui Martins.
Perante a situação registada um pouco por todo o país, o responsável
da CNIPE considera que "o ministério tem de assumir de uma vez por todas
as responsabilidades e, nesta altura, já devia ter vindo dizer qual é a
solução para os alunos que hoje não fizeram o exame".
Os professores, que começaram por fazer uma greve ao serviço de
avaliações, decidiram agendar uma paralisação geral para hoje para
contestar o regime de requalificação profissional e a mobilidade
geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de
trabalho de 35 para 40 horas semanais.
Face à ausência de acordo entre Governo e sindicatos, um colégio arbitral decidiu pela não realização de serviços mínimos.
O Ministério da Educação ainda recorreu da decisão, mas não obteve resposta em tempo útil.
A greve aos exames de hoje, para os quais estavam inscritos cerca de
75 mil alunos, sucede-se a uma manifestação, realizada sábado, em
Lisboa, na qual participaram 50 mil professores de todo o país, segundo
os sindicatos.
A aplicação do regime de mobilidade especial aos professores, as
distâncias a que podem ficar colocados e o aumento do horário de
trabalho das 35 para as 40 horas semanais são os principais pontos que
opõem os docentes ao Governo.
* Como é um homem inteligente, que pautou a sua vida enquanto professor com dignidade, permite que o poder o transforme num ministro longe do ensino e pertíssimo de ser um agiota dos impostos.
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