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* Sem papas na língua!
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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"
Diretor do Instituto de Saúde Pública do Porto defende
“Racionalizar recursos e respostas”
O diretor do Instituto de Saúde Pública do Porto defende que não é com a “pauperização” dos profissionais de saúde nem com restrições “acéfalas” que se melhora o sistema, mas reconhece a necessidade de “racionalizar recursos e respostas”.
“É possível gerir sempre melhor, aliás o caminho é esse. Agora há uma coisa que é inequívoca, não é com a pauperização das pessoas que trabalham na saúde, não é com a restrição acéfala, que as coisas melhoram”, afirmou Henrique Barros.
O diretor do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) falava no âmbito do seminário “Health Systems Methods and Current Research” a decorrer, até amanhã, no Porto com a participação de especialistas internacionais.
Henriques Barros defendeu que é necessário racionalizar os recursos e as respostas, mas considerou “totalmente falacioso dizer que se pode fazer melhor com menos” na área da saúde.
As políticas nacionais de saúde, os desafios colocados aos sistemas de prestação de cuidados e o papel da investigação científica na descoberta de novas soluções de sustentabilidade dos sistemas nacionais de saúde são alguns dos temas em análise.
O seminário junta especialistas europeus, americanos e asiáticos com “um conjunto de participantes que vem de várias partes do mundo desde a Nova Zelândia até à Europa do Norte. Juntam-se aqui para discutir os problemas dos serviços de saúde e como organizar a resposta destes serviços numa perspetiva da globalização”, explicou Henrique Barros.
“Na Europa falamos desta questão pensando sobretudo na lógica do mercado comum, da ideia que se podemos ir à França, à Alemanha ou à Suécia fazer compras, também podemos ir lá buscar, por exemplo, cuidados de saúde”, disse.
Esta ideia, que tem sido descrita como turismo de saúde é, para Henrique Barros, “uma ideia perigosa, nomeadamente, porque faz pensar que a saúde, em vez de ser um direito humano, universal e algo que é precioso e que não é transacionável, se transforme, como outros bens de consumo, em coisas que usamos de forma supérflua, simplesmente porque é mais barato”.
“Há como que uma deslocação dos problemas e nesse sentido é que as respostas também se tornam globais.
A organização dessa resposta global tem de ser vista não só como uma resposta à doença, mas também como organização das formas de prevenção. Alguns exemplos que vão aqui ser discutidos têm a ver com situações como a saúde dos emigrantes, com a mobilidade das populações que partilham as doenças infeciosas, mas que partilham também estilos de vida e a própria genética”, acrescentou.
Importa, por isso, “perceber os bons exemplos, as boas práticas, como é que em contextos diferentes se atacam problemas semelhantes e conhecer a solução que os resolve melhor”.
O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto desenvolve a sua atuação na prossecução de três objetivos fundamentais: estimular a investigação científica de excelência na suas áreas de estudo (só em 2012, o ISPUP ultrapassou a marca das 200 publicações, entre artigos e teses), criar e divulgar conhecimento através dos seus programas de formação e, também, promover o desenvolvimento da Saúde Pública a nível nacional e internacional.
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