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HOJE NO
"PÚBLICO"
Ministério convoca todos os
professores para estarem nas escolas
no dia da greve aos exames
O Júri Nacional de Exames indicou nesta quarta-feira às escolas que
os directores devem convocar para o serviço de vigilância ao exame da
próxima segunda-feira, dia de greve dos professores, todos os docentes
de todos os níveis de ensino pertencentes aos respectivos agrupamentos.
Numa
mensagem escrita a que o PÚBLICO teve acesso, o JNE adianta que esta
orientação visa assegurar “o normal funcionamento do processo de
realização das provas e exames que se inicia no dia 17 de Junho”. O JNE,
um organismo que depende do Ministério da Educação, também indica às
escolas alguns dos procedimentos que devem adoptar na sequência das
greves às reuniões de avaliações que se iniciaram no passado dia 7.
Com
a mensagem que na tarde desta quarta-feira chegou às escolas, o JNE
responde aos apelos dos directores, que têm lamentado a falta de
orientações, nomeadamente em relação às medidas a tomar quando a greve
às avaliações não permite que os alunos saibam as notas internas antes
dos exames.
Em reacção ao anúncio de que alguns directores estavam a convocar todos os professores para segunda-feira,
antecipando o que foi agora ordenado pelo ministério, o presidente da
Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, afirmou ao
PÚBLICO que a direcção daquela associação considera que convocar mais do
que o número de professores estritamente necessários para a vigilância
de exames, na segunda-feira, seria atentar contra o direito à greve. “A
não ser que haja orientações superiores e expressas em sentido
contrário, os directores não deverão fazer mais do que o que é habitual,
em dias de exame”, disse.
O
JNE reafirma que, se devido à greve às reuniões de avaliação não for
possível a atribuição das avaliações internas, os alunos podem realizar
as suas provas e exames de forma condicional.
Esta
possibilidade é agora alargada aos alunos do 11º ano que frequentaram
disciplinas bienais da componente de formação específica (como Física
Química, Biologia e Geologia, Economia ou História B, por exemplo), ou
da componente de formação geral (Filosofia). Estes, caso não tenham
conhecimento das avaliações do final do 3º período, define o JNE, podem
inscrever-se, até sexta-feira, dia 14, para realizar, a título
condicional, os respectivos exames nacionais na 1ª fase.
Por fim, o
JNE aconselha as escolas a reajustar o calendário de realização das
provas de equivalência à frequência, para que os alunos que reprovem na
frequência interna, e cujas notas forem lançadas com atraso, as possam
realizar.
O JNE deixa sem resposta os directores que consideram
que não está garantida a equidade quando, dentro da mesma escola, alguns
alunos conhecem a avaliação do 3º período e outros não têm essa
informação, devido à greve em curso. Por outro lado, envolve-se, tomando
parte, na controvérsia que ao longo do dia desta quarta-feira tem
crescido entre os directores, sobre a legitimidade de convocar todos os
professores das escolas para a vigilância de exames na próxima
segunda-feira.
A Federação Nacional de Educação (FNE) reagiu à
orientação, já confirmada pelo ministro Nuno Crato em declarações à
Lusa, renovando o apelo à greve. “Os professores não se podem esquecer
que podem fazer greve, ou seja, que ainda que sejam convocados
expressamente para fazer vigilância aos exames são livres de não
comparecer, sem qualquer sanção, já que não foram fixados serviços
mínimos”, insistiu Lucinda Dâmaso, dirigente desta federação.
Entretanto,
anunciou, a FNE vai pedir a abertura da negociação suplementar, “numa
última tentativa de chegar a acordo” com o Governo em relação às
questões contestadas pelos professores: o aumento do horário de trabalho
e a mobilidade especial.
* Nuno Crato no ensaio geral para se armar em vítima, já não convence ninguém!
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