HOJE NO
" DIÁRIO ECONÓMICO"
Revista The Atlantic escreve artigo
sobre a "condenação de Portugal"
A revista The Atlantic publica, na sua edição electrónica de hoje, o artigo 'O mistério de Portugal estar tão condenado', no qual argumenta que existe demasiada corrupção e regulação que leva a que as PME não queiram crescer.
O artigo, assinado por um dos directores da revista, Matthew O'Brien,
e que está na página inicial da publicação, começa com uma fotografia
de um mural em Portugal onde se lê, em letras grandes, 'Pray for
Portugal' ('Rezai por Portugal'), com uma criança a rezar
'Livrai-nos Senhor destes porcos corruptos que assolam Portugal', e
diz que, ao passo que a Grécia teve uma bolha governamental e que a
Espanha e a Irlanda tiveram bolhas imobiliárias, Portugal, sem bolhas,
teve "uma das mais calmas catástrofes da memória económica".
Citando estudos que mostram que Portugal, entre 2000 e 2012, cresceu
'per capita' menos do que os Estados Unidos durante a Grande Depressão
dos anos 30 ou que o Japão durante a sua 'década perdida', o artigo faz
ligações para várias outras páginas de jornais como o Financial Times ou
oWall Street Journal para ir sustentando a sua opinião, por exemplo no
que se refere à evolução de Portugal nos primeiros anos da democracia ou aos dados económicos que mostram a fraca performance da economia portuguesa na última década.
Relembrando erros de política económica e mostrando gráficos sobre a
evolução de indicadores como o crescimento comparado de Portugal,
Estados Unidos e Japão, o artigo argumenta que aquilo que separa
Portugal de outros países em dificuldades é a cultura das pequenas
empresas: "A maioria dos países do sul da Europa, Portugal incluído,
sofrem de demasiada corrupção e regulação".
As empresas, argumenta a revista, "escolhem [em itálico] permanecer
pequenas porque faz sentido lidar apenas com pessoas em quem se confia
pessoalmente quando não se pode confiar no poder da autoridade livre de
retaliações. As empresas podem [em itálico] ficar pequenas porque as
leis tornam difícil crescer e atingir economias de escala.
É um pesadelo
de 'mom-and-pop' de fraca produtividade", diz a revista, numa
referência a uma expressão que se refere a pequenas empresas de raiz
familiar, sem grandes ambições empresariais e com forte implantação
local.
No texto, defende-se que a situação piorou desde 2008 devido não só
ao enorme peso das Pequenas e Médias Empresas (PME) na economia
portuguesa, mas também porque elas estão a desaparecer, não apenas
porque "a austeridade esmagou os seus clientes", mas igualmente porque
enfrentam sérias dificuldades de acesso ao crédito.
Retomando a linha de pensamento norte-americana que defende que a
Europa está a exagerar na austeridade como a receita para sair da crise,
a revista diz que é claro que "Portugal tem de resolver os seus
problemas estruturais" e argumenta que "deve ser mais fácil despedir
quem trabalha mal, criar e expandir um negócio, e garantir o cumprimento
dos contratos".
A Europa, sublinha, "deve parar de insistir no castigo [da
austeridade] como o caminho para a prosperidade". Se não o fizer,
sentencia a Atlantic no parágrafo final do texto, "então a ideia de uma
saída do euro deixará de ser apenas o tópico de um popular livro
português", referindo-se ao último livro do economista João Ferreira do
Amaral. Poderá ser a plataforma de um partido popular português,
conclui.
* Este é o verdadeiro modo como nos vêem no estrangeiro, corrupção a rodos. Os elogios dos eurocratas são clisteres de açorda.
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