HOJE NO
"PÚBLICO"
Dinheiro suspeito terá pago
o casamento da filha de Aznar em 2002
O empresário espanhol Francisco Correa, no
centro de um escândalo de corrupção envolvendo dirigentes do Partido
Popular espanhol (a chamada "rede Gürtel"), pagou parte da cerimónia de
casamento da filha de José Maria Aznar, Ana, e Alejandro Agag, noticia o
diário El País, citando documentos entregues à Audiência
Nacional. A quantia e o destino estavam discriminados em documentos de
contabilidade da rede, diz o diário espanhol: 32.452 euros foram
destinados ao casamento da filha de Aznar.
O genro do antigo
primeiro-ministro do Partido Popular já veio dizer que tinha de facto
recebido "a iluminação" da cerimónia como "presente" de Correa.
Defendeu-se dizendo que não ocupava qualquer cargo político e que na
altura "Correa não era acusado de nada".
A festa decorreu em
Setembro de 2002 na quinta de um amigo de José María Aznar, e teve entre
os convidados os reis de Espanha e líderes de vários Governos europeus
da altura, como Tony Blair, Silvio Berlusconi e Durão Barroso. Nos
documentos, a empresa de Correa diz ter tomado a seu cargo certos
serviços da festa ("iluminação, andaimes, geradores, estacionamento,
acreditações, alojamentos técnicos...") sem ter cobrado por eles.
O
"caso Gürtel" ("cinto", em alemão, uma palavra associada ao nome de
Correa) refere-se a uma rede de corrupção e financiamento ilegal que
relaciona líderes do PP, sobretudo do poder local, com vários
empresários que davam presentes de luxo ou pagavam serviços aos
políticos e ganhavam, em contrapartida, contratos milionários. Correa
foi detido preventivamente em 2009, mas saiu em liberdade, pagando uma
fiança de 200 mil euros.
Entretanto, a Audiência Nacional juntou
este caso com o recente "caso Bárcenas", relativo à contabilidade
secreta mantida pelo ex-tesoureiro do PP Luis Bárcenas.
As
empresas ligadas à rede de Correa deixaram de organizar eventos para o
PP nacional com a chegada de Rajoy à liderança do partido, em 2003, após
o novo tesoureiro ter sabido que as empresas usavam o nome do partido
para exigir contratos municipais, conta o diário El País. Mas, apesar disso, a rede de Correa continuou com boas relações em várias comunidades como Madrid e Valência.
* Há gente séria em toda a parte...
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