21/05/2013


HOJE NO
" JORNAL DE NOTÍCIAS"

Ativista suicida-se na catedral 
Notre Dame

Um ativista de extrema-direita suicidou-se, esta terça-feira, com uma arma de fogo no interior da catedral de Notre Dame, em Paris, levando à evacuação do monumento.
O homem, identificado como Dominique Venner, era uma figura da extrema-direita francesa e um opositor do casamento homossexual. 
 
GENERAL SALAN
O ESCLAVAGISTA DA ARGÉLIA
De acordo com informações divulgadas pelo jornal francês "Le Monde", Dominique Venner, de 78 anos, ensaísta e antigo membro da Organização do Exército Secreto (OAS, grupo paramilitar de direita ativo durante a guerra da Argélia), dirigiu-se para a parte de trás de um dos altares da catedral e suicidou-se com uma arma de fogo.
A catedral, um dos locais turísticos mais visitados na capital francesa, foi evacuada.
Segundo a estação de rádio francesa Europe 1, a polícia encontrou ao lado do corpo uma carta, cujo conteúdo não foi divulgado. 

Numa mensagem publicada, esta terça-feira, no seu blogue pessoal, Dominique Venner defendeu a necessidade "de gestos novos, espetaculares e simbólicos para agitar a sonolência, sacudir as consciências anestesiadas e despertar a memória das nossas origens".
Na mesma nota, o ensaísta reiterou a sua oposição ao casamento homossexual, promulgado no passado sábado em França, após um agitado debate parlamentar. É um assunto que suscitou polémica e dividiu a sociedade civil francesa, provocando várias manifestações, tanto de apoio como de protesto.
No seu blogue, o ativista defendeu ainda que a contestação "não se deve limitar à recusa do casamento homossexual", e que verdadeiro "perigo" é a imigração, mencionando uma "grande substituição da população em França e na Europa", numa aparente referência à imigração de origem não-europeia.
Dominique Venner, que participou em várias organizações de extrema-direita desde meados da década de 1950, publicou diversas obras relacionadas com história, política e o mundo militar.
A catedral de Notre-Dame permanece encerrada e todas as cerimónias religiosas foram canceladas até ao início da noite, altura em que está prevista uma "vigília pela vida" com a presença dos bispos da região Ile-de-France. 

"Vamos rezar por este homem, como por todos os outros que estão a caminhar para o fim", afirmou Patrick Jacquin, reitor da catedral. "É terrível, os nossos pensamentos estão com ele e com a sua família", reforçou.
Este é o segundo suicídio cometido num lugar público em Paris num curto período de tempo. No passado dia 16 de maio, um homem, com cerca de 50 anos, suicidou-se numa escola primária no centro de Paris, em frente de uma dezena de crianças.
Na altura, uma fonte próxima da investigação indicou que o homem, visivelmente agitado, entrou na escola com alguns papéis numa mão e uma caçadeira de canos serrados na outra e encostou a arma ao queixo, disparando.
A mesma fonte indicou então que os registos policiais indicavam que o homem tinha uma história de violência doméstica.

* Era um favor que os xenófobos faziam à sociedade, suicidarem-se.

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