HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Motins ameaçam a imagem
da Suécia como paraíso social
Pelo menos nove veículos foram incendiados e duas escolas e uma esquadra da polícia registaram focos de incêndio, durante a quinta noite consecutiva de distúrbios em Estocolmo.
Oito pessoas foram presas no decurso dos incidentes, dos quais não
resultaram feridos, indicou hoje a polícia sueca à agência TT,
acrescentando que vão ser mobilizados mais reforços.
No bairro de Rinkeby, teatro de numerosos incidentes desde o início
da semana, seis viaturas foram queimadas, cinco das quais totalmente,
constatou um fotógrafo da AFP no local.
Três outros veículos foram incendiados em Norsborg, enquanto um
incêndio numa esquadra de polícia em Aelvsjoe foi rapidamente extinto.
Entre 300 a 500 pessoas concentraram-se em volta dos veículos em chamas, declarou a polícia sueca à TT.
Segundo os bombeiros, duas escolas, em Tensta e Kista, perto de
Husby, onde tiveram início os distúrbios, foram igualmente incendiadas,
mas os fogos foram rapidamente circunscritos.
Polícias foram apedrejados em Sodertaelje, no sul de Estocolmo,
quando atuavam depois de terem sido informados das viaturas
incendiadas.
Na noite anterior, os bombeiros indicaram ter sido chamados a intervir em cerca de 90 fogos.
A vaga de violência provocou um debate na Suécia sobre a integração
dos imigrantes, que representam cerca de 15% da população, estão
concentrados nos bairros mais pobres das grandes cidades, e são alvo de
uma maior taxa de desemprego do que o resto da população.
Os incidentes foram desencadeados pela morte, em Husby, um bairro
desfavorecido da capital sueca, de um habitante de 69 anos e com
problemas psíquicos.
O indivíduo foi abatido a tiro pela polícia no apartamento onde se
tinha fechado com a companheira, mas os agentes disseram ter disparado
em legítima defesa, por terem sido ameaçados com um machado.
A polícia abriu uma investigação ao incidente, mas essa medida não
evitou o recrudescimento dos distúrbios na noite seguinte e também que
se estendessem a bairros próximos.
Os 'media' suecos publicaram, nos últimos dias, acusações dos
residentes de Husby contra a polícia, nas quais denunciam cargas
policiais contra crianças e idosos e insultos racistas dos agentes, o
que levou as autoridades a abrirem outra investigação interna.
Esta onda de violência veio mostrar o descontentamento com a política
de cortes do subsídio de desemprego, ajudas sociais e na educação,
decidida pelo Governo de direita.
De acordo com as estatísticas oficiais, um em cada cinco jovens
residentes em Husby não trabalha nem estuda. A taxa de desemprego e de
pessoas a viverem de ajudas estatais em Estocolmo é de 3,3% e 3,6%,
respetivamente. Em Husby, as mesmas taxas sobem para 8,8% e 12%,
respetivamente, num cenário que se repete em outros bairros
periféricos.
Os empreendimentos de Husby foram construídos no início da década de
1970. Cerca de 12.000 pessoas residem no local e 80% são imigrantes ou
filhos de imigrantes.
Em 2007, as autoridades lançaram um programa de reabilitação dos
subúrbios desfavorecidos de Estocolmo, mas a taxa de desemprego dos
jovens continua a ser uma das mais elevadas da Suécia.
Em Husby, a taxa de desemprego atingiu 8,8 % em 2012, contra 3,6 % em Estocolmo.
Na terceira cidade sueca em número de habitantes, Malmo, a polícia
registou na madrugada de quinta-feira vários incêndios de automóveis,
embora não tenha relacionado esta situação com a de Estocolmo.
Há quatro anos, no bairro multicultural de Rosengard, no sul do país,
ocorreram os piores distúrbios da história recente da Suécia.
* O povo sueco lida mal com estas situações, emigrantes que causam distúrbios só têm de regressar ao seu país, não é xenofobia, há que respeitar o país de acolhimento.
Se alguém cometeu uma injustiça contra um cidadão estrangeiro o tribunal pune.
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