HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Ministra da Justiça nega estar refém
das Finanças para resolver questões
dos guardas prisionais
Paula Teixeira da Cruz refutou hoje a ideia de que
esteja refém do Ministério das Finanças quanto à possibilidade de
resolver o diferendo que levou os guardas prisionais a realizarem, num
mês, um segundo período de greve.
"Creio que as pessoas não acreditarão
que seja refém do que quer que seja, porque tenho a minha liberdade de
pensamento e de acção. No dia em que não tiver, sei muito bem o que
tenho que fazer", disse Paula Teixeira da Cruz, ao ser confrontada com
as afirmações do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional de que a
ministra "tem as mãos atadas" pelo Ministério das Finanças.
Segundo a ministra, o que se passa é que "qualquer processo negocial
que tenha impacto orçamental, como é o caso, tem que obrigatoriamente
que passar pelo Ministério das Finanças".
Falando aos jornalistas no final da VII Conferência "Crianças
Desaparecidas e Exploradas Sexualmente", em Lisboa, Paula Teixeira da
Cruz reconheceu que há atrasos no pagamento a empresas prestadoras de
cuidados de saúde nas prisões, mas garantiu que "nunca faltará cuidados
de saúde à população reclusa".
A ministra referiu que qualquer recluso tem direito ao Serviço
Nacional de Saúde, assegurando, quando às verbas em falta, que estão em
curso "procedimentos necessários e rápidos para se fazerem esses
pagamentos".
Relativamente a eventuais transtornos ou incidentes causados pela
greve dos guardas prisionais, reiterou que "qualquer atropelo aos
direitos humanos e qualquer infracção aos serviços mínimos, [incluindo o
direito do advogado de falar com o recluso], será objecto de inquérito e
apuramento de responsabilidades".
Noutra vertente, Paula Teixeira da Cruz mostrou-se sensibilizada para
a necessidade de proceder a alterações legais para criminalizar a
excisão feminina, anunciando para breve a transposição da directiva
comunitária que prevê a divulgação de uma lista de abusadores sexuais,
como forma de prevenção e protecção das vítimas deste tipo de crimes.
"Estamos a ultimá-la e muito brevemente teremos em debate público",
disse, sem antecipar calendários.
* Está refém de quem???
.
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