HOJE NO
"PÚBLICO"
ERC propõe “clarificação” da lei para viabilizar debates eleitorais na TV
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) entregou nesta
quinta-feira à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves,
uma proposta para “clarificação” e “melhoria” da legislação, de forma a
viabilizar a realização de debates televisivos entre os candidatos nas
próximas eleições autárquicas, que serão no Outono. A proposta, explicou
ao PÚBLICO o presidente do órgão regulador, Carlos Magno, assenta na
defesa do conceito de “liberdade editorial”.
Os operadores de televisão já tinham comunicado à ERC a intenção de não realizarem debates,
por considerarem serem impraticáveis as regras impostas pela lei, que
os obrigariam a realizar encontros entre todos os candidatos. “Os
operadores não queriam fazer debates e nós colocamo-nos do lado dos
operadores”, frisou Carlos Magno, lembrando que as estações deram à ERC
um “voto de confiança” para encontrar uma solução.
DADOS DE 2010 |
Sem querer
adiantar pormenores da proposta entregue a Assunção Esteves, Carlos
Magno, que defendeu a importância de ter em conta os interesses dos
pequenos partidos, argumentou que os debates devem ser feitos para
“esclarecimento do público” e que “os jornalistas é que sabem, dentro
dos seus critérios editoriais” como deve esse objectivo ser alcançado.
O
responsável acrescentou que a solução proposta pretende também proteger
os órgãos de comunicação social de eventuais penalizações financeiras
ou providências cautelares interpostas por partidos ou candidatos
descontentes com a actuação dos operadores. A este propósito, adiantou a
possibilidade de formação de uma entidade independente para lidar com
“as dificuldades” que possam surgir.
Nas últimas eleições
legislativas, em 2011, tanto o MEP - Movimento Esperança Portugal como o
PCTP/MRPP interpuseram providências cautelares para que as televisões
fossem obrigadas a fazer debates entre estes partidos e todos os outros.
A realização dos debates acabou por ser imposta judicialmente, mas o
líder do PCTP/MRPP não compareceu nos embates e, das forças políticas
com presença no Parlamento, apenas a CDU aceitou participar.
Notando
que a lei em causa remonta a 1975, o presidente da ERC considerou haver
“na sociedade portuguesa uma dinâmica de movimentos cívicos que põe em
causa algumas das práticas até agora exercidas”.
A presidente da Assembleia da República acolheu a proposta com “simpatia”, notou ainda o responsável da ERC.
À
saída do encontro com Assunção Esteves, Carlos Magno afirmou também,
citado pela agência Lusa, que a entidade reguladora vai acompanhar o
processo de fusão das redacções da televisão e da rádio da RTP, que tem
estado a ser contestado pelos jornalistas dos dois meios.
* Guerra de poder e de poderzinhos com uma ERCaríssima.
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