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HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Siza Vieira:
"A solução mais lógica seria demolir"
o Pavilhão de Portugal
"A solução mais lógica, depois de tantos anos
passados, é demoli-lo". Ao telefone com o Negócios, Álvaro Siza Vieira
antecipa um futuro sombrio para o Pavilhão de Portugal, que projectou
antes da Expo 98.
Uma coisa é certa: não faz sentido
deixá-lo como está, vazio e praticamente abandonado. A utilização actual
do pavilhão, residual e esporádica, "aumenta ainda mais a degradação".
Quando questionado sobre a seriedade da ideia de mandar abaixo o
edifício, o arquitecto reforça a intenção. "Em vez de se deixar o tempo
demoli-lo, ao menos devia tomar-se a iniciativa para demolir e poupar
trabalho ao tempo". Diz não estar triste com o estado a que chegou o
Pavilhão de Portugal. Diz que muitos dos seus edifícios já estão em
ruínas. "Talvez seja culpa minha".
A obra de Lisboa, celebrada pela pala suspensa sobre uma praça, foi
pensada sem um destino exacto. Tanto poderia albergar um conjunto de
escritórios como um museu.
Após a exposição universal, foram elaborados dois projectos, um para
instalações do Governo (que não agradava ao arquitecto e que ficou para
trás), outro para um centro cultural. Projectos existiram, concretização
não. Também se falou na possibilidade de Joe Berardo lá colocar a sua
colecção mas, segundo Siza Vieira, o governo de então considerou que,
por ser um edifício de interesse público, não deveria ter essa
utilização. "Agora é um bem público, embora com muito pouco público".
* O pavilhão de Portugal situado no que resta da Expo 98, é um dos maiores e claros exemplos da exiguidade de inteligência que polui o cérebro dos nossos governantes. Siza Vieira é um ícone da arquitectura mundial e tem a coragem, é um homem sério, de sugerir a demolição do edifício.
Antes transformá-lo num lupanar de luxo do que destruí-lo, o sr. arquitecto que perdoe esta vilanagem!
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