HOJE NO
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Vítor Gaspar.
Depósitos abaixo de 100 mil euros
são “sagrados”
Depósitos superiores apenas serão afectados como “último recurso”
O ministro das Finanças garantiu hoje que os depósitos bancários
abaixo dos 100 mil euros são “sagrados” e jamais sofrerão perdas nos
processos de liquidação de bancos, e mesmo os superiores apenas serão
afetados como “último recurso”.
Falando, em Bruxelas, à margem de
uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), na
qual o assunto foi debatido, Vítor Gaspar sublinhou que, “relativamente à
questão muito importante dos depósitos bancários, foi absolutamente
claro que a garantia de depósitos abaixo dos 100 mil euros é
sacrossanta”, reforçando que “a expressão que foi usada e repetida é
sacrossanta”.
“Para depósitos acima desse limite, a possibilidade
de existência de perdas não é perentoriamente excluída, mas apenas
ocorrerá, na perspetiva da esmagadora maioria dos intervenientes, em
último recurso e se for absolutamente necessário”, disse.
“Repito,
abaixo do limite de 100 mil euros, os depósitos são sagrados”,
insistiu, admitindo, em resposta a uma questão, que a Europa tirou
ensinamentos da forma como foi (mal) gerida a crise de Chipre, razão
pela qual é necessária a “formulação muito clara e definitiva de quais
as regras do jogo a aplicar”.
O ministro disse que a “ordem de
prioridade dos credores” a sofrer perdas em caso de liquidação de bancos
“é a que seria de esperar por tipos de ativos” e que “já estava
definida antes desta reunião” de hoje do Ecofin.
"Os primeiros a
sofrer perdas a serem naturalmente os acionistas”, havendo depois “toda
uma hierarquia de instrumentos de dívida, começando pela dívida
subordinada”, adiantou.
Indicando que a presidência da União
Europeia apresentou a necessidade de conciliar uma “abordagem comum a
nível europeu” mas preservando “a flexibilidade sempre necessária em
caso de crise”, o ministro apontou que a posição de Portugal foi “de
acordo com a necessidade de evitar a existência de diferenças nacionais
que possam levar à fragmentação do mercado interno”, tendo por isso
defendido “um grande grau de harmonização de regras e práticas”.
O
ministro indicou que o assunto voltará à reunião do Ecofin de junho e
que prosseguem as discussões com o Parlamento Europeu, de modo a que se
possa alcançar um acordo que classificou de “urgente”.
Os
ministros das finanças dos 27 discutiram hoje a proposta de
reestruturação e liquidação dos bancos, com base na proposta de diretiva
(lei comunitária) sobre a resolução de crises bancárias, que a Comissão
apresentou há cerca de um ano, com o objetivo de serem os acionistas e
grandes depositantes a pagarem futuros resgates, e não os contribuintes.
* Um governo de "herejes" a dizer que o dinheiro é sagrado. Com esta gente não está nada seguro, nunca!
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