HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Tribunais demoram 547 dias
a resolver litígios comerciais
O licenciamento demorado e a ineficiência do sistema de justiça, de que é
exemplo o prazo médio de 547 dias para resolver litígios comerciais,
continuam a debilitar o ambiente de negócios em Portugal, segundo estudo
da OCDE.
Intitulado
"Reformar o Estado para Promover Crescimento", o estudo da Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Económico foi pedido pelo Executivo
para acompanhar o processo de reforma do Estado, tendo sido hoje
divulgado em Paris na presença do primeiro-ministro, Pedro Passos
Coelho.
"Em Portugal, o sistema judicial tem sido lento na
resolução de litígios civis e comerciais, o que resulta numa grande
quantidade de casos pendentes e um alto nível de incerteza para as
empresas", considera a OCDE.
A organização cita um trabalho do
Grupo Banco Mundial, segundo o qual o tempo necessário para resolver
litígios comerciais em Portugal é de 547 dias, cerca do dobro do
registado pelos cinco países da OCDE mais bem classificados neste
indicador.
A OCDE defende ainda que uma maior adoção de
tecnologias de informação e comunicação pelos tribunais pode contribuir
para melhorar a produtividade e reduzir os tempos processuais,
melhorando a gestão do fluxo processual e gerando estatísticas que podem
ser usadas para monitorizar e avaliar o desempenho dos tribunais.
Por
outro lado, a OCDE sublinha que a quantidade de licenças exigidas,
sobretudo a nível local, "deve ser reconsiderada de modo a facilitar a
criação e desenvolvimento de novas empresas".
A reforma do
"licenciamento zero" e o plano de extensão do Simplex a todos as
autarquias e níveis da administração pública "tem potencial para
melhorar substancialmente o ambiente de negócios e deve ser implementada
sem demora".
Deve ser também dedicada "especial atenção" às
exigências ambientais, devendo intensificar-se os esforços para
simplificar os requerimentos e reduzir os custos administrativos para
cumprir estas exigências.
* Sem justiça célere e tranparente não há investimento estrangeiro.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário