HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"Se não for a mão-de-obra barata,
não há emprego para ninguém"
Belmiro de Avezedo diz que "numa sociedade democrática, o Estado não devia ter o direito de confiscar."
Belmiro de Azevedo considera que sem mão-de-obra barata "não há emprego
para ninguém" e sublinha que não percebe quando dizem que não se deve
ter uma economia baseada em trabalho de custo reduzido.
"A
economia só pode pagar salários que tenham uma certa ligação com a
produtividade" disse ontem o gestor dando, como exemplo, o sector
agrícola.
"Diz-se que não se devem ter economias baseadas em
mão-de-obra barata. Não sei por que não. Porque se não for a mão-de-obra
barata, não há emprego para ninguém", declarou Belmiro de Azevedo
durante o sétimo aniversário do Clube dos Pensadores, em Vila Nova de
Gaia.
O empresário aproveitou ainda a ocasião para assinalar
aquilo que considera ser uma "vantagem comparativa" para Portugal face
aos países concorrentes: "há muitas actividades, nomeadamente no sector
primário, em que a mão-de-obra, que Portugal tem muita e em excesso, é
indispensável para que possam continuar". Além disso, Belmiro de Azevedo
destacou ainda o clima, algo que "é de borla," como sendo outra
vantagem comparativa para o sector primário.
Belmiro aproveitou
ainda o evento para reagir à situação no Chipre considerando que o
Estado não devia poder confiscar e sugeriu um maior controlo sobre os
bancos como alternativa. Para Belmiro de Azevedo "numa sociedade
democrática, o Estado não devia ter o direito de confiscar" devendo sim
"criar outro tipo de situações e não deixar que nenhum banco
ultrapassasse a sua capacidade de garantir os repagamentos". Declarações
do empresário de 75 anos que geraram o aplauso da plateia.
* Assim se fazem fortunas, à custa de pão negro.
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