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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Pais sensibilizam empresas para capacidades de jovens com trissomia 21
Um grupo de pais de
jovens com trissomia 21 vai lançar na quarta-feira uma campanha de
sensibilização sobre a capacidade destes deficientes terem empregos e
salários equivalentes e defendem as vantagens para o Estado em tempo de
crise.
A campanha - lançada um dia antes da comemoração do dia mundial da trissomia 21 - tem como tema "Acredita, eu consigo" e visa combater os preconceitos contra estas pessoas, além de mostrar o seu potencial enquanto trabalhadores, explicou à Lusa um dos membros da associação, Marcelina Souschek.
A campanha - lançada um dia antes da comemoração do dia mundial da trissomia 21 - tem como tema "Acredita, eu consigo" e visa combater os preconceitos contra estas pessoas, além de mostrar o seu potencial enquanto trabalhadores, explicou à Lusa um dos membros da associação, Marcelina Souschek.
Os anúncios serão lançados nas
principais cidades do país e apresentam 10 casos de crianças e jovens
que mostram o que fazem e são capazes de fazer.
"Queremos com esta
campanha, mais do que sensibilizar, mudar mentalidades, provocar no
público e nas empresas a reflexão sobre a capacidade e a
responsabilidade de cada agente económico e social gerar oportunidades
para as pessoas com trissomia 21", explica a mesma responsável.
"Os
agentes económicos também têm a capacidade de gerar oportunidades e
estas oportunidades vão criar um projeto de vida", defendeu a
responsável da associação Pais 21.
Este ano, a associação quis
focar-se sobretudo nos jovens deficientes à procura de trabalho, que,
tal como todos na sua faixa etária, se debatem com muito maiores
dificuldades por causa da crise económica.
"É evidente que a crise
é transversal e afeta também as pessoas com deficiência. O grande
problema aqui é que estas são pessoas mais vulneráveis", afirma
Marcelina Souschek, sublinhando que os cortes financeiros que estão a
ser feitos reduzem os apoios necessários às pessoas que têm esta doença.
"Todos
estes cortes fazem com que os miúdos tenham menos apoios e com que os
pais já não tenham dinheiro para pagar -- já que o Estado comparticipa
pouquíssimo -- por um acompanhamento", criticou.
"Isto não
funciona pegando num jovem que vai iniciar um emprego e levando-o para
lá para que ele se resolva, como outro jovem. É preciso um
acompanhamento inicial", lembra Marcelina Souschek, sublinhando que
empregar jovens com trissomia 21 também vai poupar dinheiro ao Estado.
"Deixa
de haver jovens em instituições, que não estão a fazer nada, que sofrem
depressões ou outras doenças mentais, e passamos a ter jovens ativos,
saudáveis, que saem e que têm amigos", afirmou.
O dia mundial da trissomia 21 é assinalado em Portugal desde 2008 e foi reconhecido pelas Nações Unidas em 2012.
Inserido
na Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21), o
grupo Pais 21 foi criado em 2009 e tem como objetivo "desmistificar a
imagem das pessoas com esta doença e mostrar que são muito mais iguais
que diferentes, têm grandes competências sociais, conseguem ser
autónomas, ler, escrever e fazer desporto, ter uma profissão, ter uma
vida", refere a entidade.
O dia 21 de março foi escolhido em alusão ao cromossoma adicional no par 21 que as pessoas com trissomia 21 têm.
A doença também é conhecida por síndrome de Down e é a alteração genética mais comum.
* Verdadeiramente deficiente é quem não tem sensibilidade para entender estas pessoas especiais.
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