HOJE NO
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Teresa Morais desafia mulheres a penalizarem empresas onde haja desigualdade de género
A secretária de Estado da Igualdade desafiou hoje as portuguesas a
usarem o poder que têm na compra de bens e serviços para penalizar as
empresas privadas onde persiste a desigualdade entre homens e mulheres.
Na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e
Garantias, no Parlamento, Teresa Morais deu conta do trabalho feito no
último ano e apontou que, em matéria de igualdade de género, Portugal só
não está pior por causa das empresas públicas ou do setor empresarial
do Estado.
A secretária de Estado adiantou que em 2012, 37,4% dos gestores
públicos nomeados pelo Estado eram mulheres e acusou o setor privado de
continuar "indiferente" em relação à situação das mulheres.
Teresa Morais disse que, ao contrário do que acontece noutros
indicadores, Portugal tem das piores posições em matéria de presença de
mulheres nos conselhos de administração das empresas do setor privado
entre os países da União Europeia.
"Perante esta resistência do setor privado, designadamente das 18
maiores empresas portuguesas, em reconhecerem o desequilíbrio e a
injustiça que a sua situação representa, para as mulheres, que são hoje a
maioria da população com qualificação superior em Portugal, diria que
as próprias mulheres devem também assumir o poder que têm", disse.
Dado que as mulheres são responsáveis por 80% das decisões de compra
de bens e serviços, Teresa Morais defende que "devem usar esse poder
para sinalizarem nestas empresas a sua rejeição, pelas práticas
empresariais que ignoram as suas qualificações académicas".
Em relação ao programa Estímulo 2012, um apoio financeiro do Estado
dado às empresas que contratem desempregados, Teresa Morais destacou que
foram criados 9.672 postos de trabalho, em que 64% eram postos de
trabalho atribuídos a mulheres.
Explicou que a medida Estímulo inclui um benefício ao empregador que
contrate um desempregado e esse estímulo é, na sua base, de 50% da
remuneração, havendo uma majoração prevista para as pessoas em maior
vulnerabilidade.
Nesse sentido, revelou que houve 6.978 postos de trabalho majorados, entre eles 911 dados a mulheres com baixas qualificações.
Quanto à violência doméstica, a secretária de Estado apontou que no
último ano foram criados três apoios distintos para as vítimas,
nomeadamente o reforço financeiro dos núcleos de apoio à vítima (250 mil
euros), vagas de acolhimento de emergência na rede de casas abrigo (307
mil euros) e um fundo de apoio à autonomização das vítimas de violência
doméstica à saída das casas abrigo (530 mil euros), no valor total de
mais de um milhão de euros.
Revelou que o projeto de teleassistência está novamente a ser
alargado, agora para 150 aparelhos e garantiu que serão mantidas as
ações de formação para magistrados.
No dia 16 deste mês havia 117 pessoas com pulseira eletrónica, entre
condenados e em prisão preventiva, um número que, segundo Teresa
Morais, mais do que duplicou no último ano.
Teresa Morais disse também que pretende reforçar a formação das
forças de segurança e dos magistrados e anunciou que será feita uma
campanha contra a violência contra as pessoas LGBT (Lésbicas, Gay,
Bissexuais e Transgénero).
* Esta senhora tem mais coragem que o resto do governo, até parece que está lá por engano.
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