Bola de cristal
Não é preciso. Bastava um lápis e uma folha A4 para perceber que as
contas nunca bateriam certas. Mas vão melhorar, diz Passos Coelho
exibindo uma folha exel em branco.
Só com a bola de cristal se podia imaginar a renúncia do Papa.
Elogios pelo sacrifício com que o anterior morreu em directo, ovações
pela reforma de Bento XVI. Só que antes de sair o Papa mandou uma
lambadona ao Estado e instituição do Vaticano. Foi ele, não fui eu. E
deve saber bem porque o disse.
E por acerto de contas, também tenho visto personagens públicas que
ousaram tentar trucidar-me profissionalmente e hoje limpam o pó do banco
dos réus. Como não dou a outra face, sorrio. Deliciada.
No Partido Socialista foi apenas um jogo de xadrez. Uma luta por
lugares, agora que se aproximam eleições. Os Reis apenas mediram forças.
Alguns peões vão recordando que Guterres e Sampaio se entenderam. Um
foi primeiro-ministro e outro Presidente da República. Volto a pôr na
frente a bola de cristal. E vi…
O país vai afundando, as cadeiras são mais importantes. Pelo lado do
PSD, Durão Barroso não desdenharia ser Presidente mesmo com o país de
“tanga”, a menos que outro lugar internacional esteja no horizonte. Não
percebe que os portugueses ainda não esqueceram e também não gostam de
dar a outra face.
Mas aqui ainda a procissão vai no adro. Marcelo Rebelo de Sousa
continua a observar o jogo, sabendo que o eleitorado gosta dele mas o
PSD não.
Com o povo numa pobreza inimaginável, parti a bola de cristal. Não vislumbrei coisas boas.
Jornalista/advogada
IN "i"
16/02/13
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