HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Petição contra presença no conclave de cardeal envolvido em pedofilia
Uma associação de católicos norte-americanos lançou uma petição para
impedir a presença do cardeal e ex-arcebispo de Los Angeles Roger
Mahony, implicado num escândalo de pedofilia nos Estados Unidos, no
conclave que irá eleger o novo papa.
"Caro
cardeal Mahony, fique em casa", pede a petição lançada na Internet pela
associação Catholics United e hoje divulgada pelas agências
internacionais.
"A sua implicação no
escândalo de pedofilia na Igreja e a sua interdição de exercer funções
públicas pela arquidiocese de Los Angeles devia ser uma indicação de que
não deve assistir ao próximo conclave papal", refere o texto.
O
cardeal Mahony, acusado de ter encoberto centenas de acusações de abuso
sexual de menores ao longo de várias décadas, foi exonerado de
"qualquer responsabilidade administrativa ou pública" pelo seu sucessor
na arquidiocese de Los Angeles, o arcebispo de Jose Gomez.
"Se
um cardeal é privado das funções públicas dentro da sua diocese, por
que razão é recompensado ao ser autorizado a votar no próximo papa?",
questionou a associação.
"O cardeal Mahony vai agravar o escândalo e a vergonha da nossa Igreja ao participar no conclave papal", reforçou o mesmo texto.
Segundo
a Catholics United, o atual arcebispo de Los Angeles afirmou que é
favorável à participação do cardeal Mahony no conclave.
Roger
Mahony, de 76 anos, que participou no conclave que elegeu o papa Bento
XVI em abril de 2005, é teoricamente membro do conclave constituído por
117 cardeais com menos de 80 anos. Os cardeais vão reunir-se no
Vaticano, na Capela Sistina, durante o tempo necessário, até à eleição
de um novo líder da Igreja católica.
Um
novo papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de março, disse o porta-voz
do Vaticano, Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser
organizado entre 15 e 20 dias após a resignação do pontífice, prevista
para o próximo dia 28 de fevereiro.
O
arcebispo de Los Angeles Jose Gomez divulgou no início deste mês, por
ordem judicial, milhares de páginas de documentos confidenciais sobre os
cerca de 120 padres alegadamente envolvidos em casos de pedofilia.
Em
2007, a arquidiocese de Los Angeles, na altura liderada pelo cardeal
Mahony, aceitou pagar 660 milhões de dólares às cerca de 500 vítimas dos
alegados abusos. O mesmo acordo previa a publicação dos dossiês
pessoais dos padres envolvidos no escândalo.
Os
documentos divulgados revelam troca de informações confidenciais entre
Roger Mahony e um alto conselheiro, refletindo sobre os meios para
impedir a punição dos alegados abusadores.
* E quantos mais cardeais pedófilos ou encobridores vão ao conclave????
.
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