HOJE NO
"PÚBLICO"
Quatro consórcios portugueses vão construir 75 mil casas na Argélia
Álvaro Santos Pereira está de visita à Argélia e levou um grupo de construtores portugueses.
Prébuild, Lena, Painhas e Gabriel Couto/MCA assinaram esta tarde
contratos para a edificação de 75 mil casas até 2018. O valor das obras,
a realizar com empresas estatais locais, é da ordem dos três mil
milhões de euros.
A maior fatia caberá à Painhas, encarregue de
construir 25 mil novas habitações sociais, seguindo-se os grupos
Prébuild e Lena com outras vinte mil casas cada um. À Gabriel Couto,
juntamente com a MCA, caberá a construção de 10 mil. O negócio,
formalizado esta tarde de domingo num hotel da capital argelina, implica
a criação de joint ventures com empresas estatais locais, que ficarão
com 51% do capital.
Ao todo, os 75 mil fogos, que serão
oferecidos ou comparticipados pelo regime do presidente Bouteflika no
âmbito de um plano mais vasto de edificação, que visa os funcionários
públicos, representam cerca de três mil milhões de euros. Este valor, no
entanto, segundo o Ministério da Economia português, poderá
aproximar-se dos quatro mil milhões.
Isto porque, além das casas e
da criação de verdadeiras novas cidades, como a que nascerá perto de
Blida, a perto de 40 quilómetros de Argel, haverá a necessidade de
infra-estruturas e equipamentos como escolas. No caso da Prébuild, a
edificação dos 20 mil fogos representa uma obra de 800 mil euros. Deste
número, pelo menos cinco mil irão ser construídos a 10 quilómetros de
Blida, onde, em parceria com a Entreprise de Constrution de Blida (ECB),
será recuperada uma fábrica de pré-fabricados de betão.
Os
primeiros passos para este negócio foram dados pelo Governo português,
após a constituição, em 2012, de um grupo de trabalho destinado a
reforçar as relações económicas entre os dois países. Segundo o
Ministério da Economia, o grupo de trabalho “tem procurado soluções para
corrigir o desequilíbrio na balança de transacções entre os dois
países, que é favorável à Argélia”, devido ao gás natural. Conforme
explica o Ministério da Economia, a “Argélia tem uma enorme carência de
habitação e no plano quinquenal em vigor pretende construir um milhão de
casas. Como não tem os meios técnicos para alcançar esse objectivo
procurou o apoio de empresas nalguns países que têm experiência e
reconhecida qualidade na construção de habitação e infra-estruturas”.
No
protocolo assinado em Outubro do ano passado em Argel, com a presença
de cinco construtoras (entre as quais não estava o grupo Lena),
previa-se a construção de 50 mil habitações por ajuste directo. Agora,
esse número passou para 75 mil, efectuados por quatro grupos nacionais.
No caso da Prébuild, a obra irá permitir ainda exportar produtos das
suas empresas, como alumínios.
De acordo com Álvaro Santos
Pereira, este é “um importante esforço” do seu ministério para a
internacionalização das empresas portuguesas, “especialmente num sector
como a construção civil”, fortemente penalizada a nível interno. Além
disso, sublinha o ministro, este negócio permite ganhar novos mercados,
volume de negócios e aumentar as exportações de outras empresas
portuguesas, que se tornem fornecedoras". Entre 2011 e 2012 as vendas de
bens para a Argélia subiram 19% para os 428 milhões de euros, mas o
saldo foi negativo em 371 milhões, devido às importações nacionais de
gás natural. Além dos grupos que ganharam os contratos de construção,
outras empresas acompanharam a deslocação do ministro a Argel (que
participou na terceira reunião do grupo de trabalho luso-argelino) como a
Vallis e Recer, que em Outubro estavam também envolvidas no projecto de
construção de habitações sociais. Também a Brisa, Efacec, Partex,
Cabelte e Sá Couto, entre outras, marcaram presença na Argélia.
* Um excelente negócio, Álvaro Santos Pereira a subir no ranking dos ministros menos maus.
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