HOJE NO
"PÚBLICO"
Ministério Público arquiva queixa
contra Diamantes de Sangue
Foi arquivada pelo Ministério Público a queixa contra o jornalista angolano Rafael Marques, autor do livro Diamantes de Sangue, e a sua editora portuguesa Tinta-da-China.
Relacionada com os crimes cometidos contra as
populações que habitam as zonas de extracção de diamantes das Lundas, no
Nordeste do país, a investigação do jornalista e activista originou
uma queixa-crime por difamação e injúria da parte de sete generais e
duas empresas de segurança das quais são accionistas, e que operavam na
altura nos locais em causa – a Sociedade Mineira do Cuango e a firma
Teleservice – Sociedade de Telecomunicações, Segurança e Serviços.
“O
Ministério Público concluiu que a publicação do livro se enquadra no
legítimo exercício de um direito fundamental, a liberdade de informação e
de expressão, constitucionalmente protegido, que no caso concreto se
sobrepõe a outros direitos”, refere uma nota publicada no site da
Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, que acrescenta não existirem
indícios da prática de crime, “atentos os elementos probatórios
recolhidos e o interesse público em causa”.
Como os factos
denunciados são susceptíveis de integrar crimes de natureza particular –
de difamação e de ofensa a pessoa colectiva –, os queixosos poderão
agora deduzir acusação particular, se assim o entenderem.
* Justiça portuguesa não se verga a generais angolanos sanguinários. Parabéns a Bárbara Bulhosa e Rafael Marques pela coragem.
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