HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"
Fundador do “Fantas”
propõe criação de quotas
Dorminsky apela à criação de circuito
paralelo de cinema
Mário Dorminsky, organizador do Fantasporto, apelou hoje ao Estado para criar um circuito de cinema paralelo em Portugal, de forma a que o “outro cinema” possa ser visto nos principais ecrãs.
Na segunda conferência de imprensa da 33.ª edição do Fantasporto, que decorre entre 25 de fevereiro a 10 de março no Teatro Municipal do Rivoli, o fundador do Fantas propôs ainda a “criação de quotas nacionais e europeias” e lembrou que “os filmes que passam em festivais de cinema não são exibidos no circuito comercial”. “Somos o País da Europa que faz mais downloads ilegais de filmes. Há salas de cinema que se encontram encerradas. Seria necessário dar-lhes vida, criando um programa oficial de apoio”, recomendou.
Segundo Dorminsky, “ a criação deste circuito seria fundamental para a sustentabilidade dos agentes culturais”, sem ele “está-se a matar estas estruturas”.
Para o organizador, o Fantasporto de 2013 vai ser “um grande evento e dar dinamismo à cidade”, mercê das várias parcerias acordadas que são fundamentais para a realização do festival.
Dorminsky considera que “a verba de receita da bilheteira é muito importante”, dado que o apoio dos privados caiu 70 cento. De um orçamento de cerca de 260 mil euros, 60 por cento é proveniente do Estado e 40 por cento das empresas.
Depois dos 47 mil bilhetes vendidos em 2012 e de cerca de 75 mil participantes, a organização espera “aumentar” esses números na edição 33, a par dos “gostos” na rede social do facebook que já ultrapassaram “os 45 mil fãs”.
O Pré-Fantas realiza-se entre 25 e 28 de fevereiro, seguindo-se até dia 10 de março o festival internacional de cinema, que abre com a sessão dupla de “The Red Shoes”, de Michael Powell e Emeric Pressburger, e “Mamã”, de Andrès Muschietti e produzido por Guillermo del Toro, que está a fazer sucesso nos Estados Unidos. Na sessão de encerramento é exibido “Robot & Frank”, de Jake Schreier
O regresso da secção Orient Express, muito apreciada pelos fãs do Fantasporto, é um dos pontos altos desta edição. “Pieta”, do sul-coreano Kim Ki Duk, Leão de Ouro de 2012 no festival de Veneza, ou “Ace Attorney”, do japonês Takahsi Miike, são algumas das apostas para o público ficar de olhos em bico.
“Insensíveis”, do espanhol Juan Carlos Medina, e “The Deep Blue”, do britânico de Terence Davies, são outros destaques numa programação em que poderão ainda encaixar, como possíveis preferências, alguns filmes nórdicos que são sucesso nos seus países.
O Fantasporto conta ainda com retrospetivas dedicadas a António Macedo, que será homenageado com o Prémio Carreira, e às “Stars do Cinema Francês”.
O espaço “Fantas Previews”, que exibe duas dezenas de filmes inéditos comercialmente em Portugal, o “Fantas em Curtas”, exposições ou as conferências são alguns dos ingredientes que compõem todo este festival.
O belga René Laloux, responsável há 40 anos por “O Planeta Selvagem”, é também distinguido no certame. Este filme será exibido ao som dos “Beautify Junkyards”.
O Programa Especial de 2013 será dedicado ao cinema e à literatura, enquanto a noite de 9 para 10 de março é reservada ao Baile dos Vampiros, na tradicional festa de encerramento no Hard Club.
O Fantasporto é o maior festival de cinema em Portugal, cuja 33.ª edição apresenta cerca de 300 filmes entre 35 países participantes, sendo 80 por cento europeus.
O bilhete normal mantém-se nos 5 euros.
O site do festival é www.fantasporto.com.
* Mário Dorminsky é um herói do cinema português, já deu mais a Portugal que qualquer político jota/emergente.
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