HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Observatório Europeu:
Portugal regista a segunda maior queda nas entradas de cinema na UE
Dados do Relatório do Observatório Europeu do
Audiovisual, hoje divulgados, apontam Portugal como o segundo país da
União Europeia (UE) que mais espectadores de cinema perdeu em 2012,
relativamente a 2011.
Revelados na abertura do Festival de
Berlim, os dados apontam para uma quebra na ordem dos 12,3% de entradas
em Portugal, só ultrapassada tangencialmente pela Bulgária, que registou
uma descida de 12,6% de espectadores de cinema em 2012, em relação ao
ano anterior.
Segundo os mesmos dados, as receitas das bilheteiras lusas desceram
7,6%, quando comparadas com os valores de 2011, constituindo a terceira
maior descida no espaço da UE - e na Europa -, depois da Eslovénia
(-8.3%) e da Itália (-8%).
No mesmo período, o "share" da produção nacional (quota de exibição),
em 2012, subiu 4,8%, em Portugal, o que corresponde à segunda maior
subida na UE e na Europa, depois da Finlândia (10%), tendo em conta os
valores de 2011.
No sentido inverso, as maiores quedas foram verificadas na Polónia (-15,2%), Itália (-11%) e Lituânia (-7,2%).
"Tabu", de Miguel Gomes, prémios da Crítica e da Inovação, no
Festival de Berlim, em 2012, "Rafa", a "curta" de João Salaviza, também
distinguida com o Urso de Ouro do certame da capital alemã, "Florbela",
de Vicente Alves do Ó, "Aristides de Sousa Mendes", de Francisco Manso e
João Correa, e "O Gebo e a Sombra", de Manoel de Oliveira, além de "As
linhas de Wellington", de Valeria Sarmiento, e "Cosmopólis", de David
Cronenberg, ambos produzidos por Paulo Branco, foram alguns dos filmes
portugueses, entre os mais vistos, no ano passado.
As maiores quotas nacionais de mercado, em termos europeus, foram
registadas, no entanto, na Turquia (46,6%), França (40,2%), Reino Unido
(32,1%), Dinamarca (28,5%) e Finlândia (28%).
Segundo os dados preliminares do Observatório Europeu do Audiovisual,
em todo o continente europeu registou-se uma acentuada queda de
entradas, em relação a 2011, mas os países nórdicos, russos e turcos
contrariaram esta tendência, com fortes subidas.
A maior subida registou-se na Bósnia e Herzegovina (37,9%), enquanto
na Rússia se registou um aumento de 5,8% de público e, na Turquia, um
crescimento de 3,9%. A Finlândia lidera o grupo de países nórdicos, com
uma subida de 19%.
No total dos 28 países da União Europeia, registou-se um decréscimo
de 2,4% de público, nos cinemas, em 2012, em relação ao ano anterior.
Em França, Reino Unido, Alemanha e Itália que representam cerca de
dois terços das entradas da UE, verificou-se uma queda de 2,8%, em 2012,
com as reduções na França e Itália a superarem os ganhos no Reino Unido
e na Alemanha.
O relatório levanta a possibilidade de as altas taxas de pirataria
"online" serem as responsáveis pela quebra na compra de entradas nos
cinemas.
No tocante às produções norte-americanas, mantiveram, em 2012, a média de entradas, do ano anterior, 66%.
Desde 2009, regista-se na UE uma tendência de queda nas entradas de cinema, com uma taxa de variação média de -1,2% ao ano.
No conjunto do continente europeu verifica-se uma tendência de
descida das entradas no cinema, em 2012, com menos 0,9% do que em 2011.
Em relação aos dados mundiais, os Estados Unidos mantêm a liderança,
tendo registado uma subida de 5,9%, em número de bilhetes vendidos, em
2012.
No mesmo período, a China subiu para segundo maior mercado mundial,
com um crescimento de 33%, em relação a 2011, e, no terceiro lugar surge
o Japão, que registou um aumento de 7,7%.
Os números hoje divulgados em Berlim constituem os dados preliminares
do observatório, que deverá apresentar em maio o relatório final
relativo ao ano de 2012.
* Nem outra coisa era de esperar com o estado em que estamos, infelizmente ainda vai gente a ruminar pipocas.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário