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Governo avança com concessão dos aeroportos nacionais à ANA
O Conselho de Ministros aprovou esta tarde o diploma que “estabelece o
quadro jurídico geral da concessão de serviço público aeroportuário de
apoio à aviação civil em Portugal”, atribuído à ANA. Com este passo, o
Governo pretende encaixar cerca de 600 milhões para abater ao défice de
2012.
A aprovação, de acordo com o documento do Conselho de Ministros,
“visa dar consistência, designadamente segurança jurídica, à regulação
relativa à gestão do sector aeroportuário, aplicável, nomeadamente, aos
aeroportos públicos nacionais” geridos por esta empresa pública. Até
agora, diz o documento, esta regulação estava dispersa por vários
diplomas legais.
Esta iniciativa do Governo está ligada à
estratégia de reduzir o défice deste ano, para 5% do PIB, através do
encaixe extraordinário de receita, uma vez que a ANA, empresa pública em
processo de privatização, terá de pagar pela concessão agora
oficializada.
Na proposta de Orçamento do Estado, o Governo
prevê a obtenção de uma receita na ordem dos 600 milhões de euros com
esta operação ainda no decorrer de 2012. No entanto, a intenção do
Executivo de usar este montante para abater o défice público registado
este ano pode esbarrar com o chumbo das autoridades estatísticas
europeias a esse tipo de contabilização da operação.
Depois de
várias trocas de informação e discussões, Eurostat já fez saber junto
das autoridades portuguesas que não aceita que esta concessão, enquanto
for feita em conjugação com o processo de privatização da empresa, possa
ser registada como receita do Estado. O Governo continua a defender,
contudo, que as conversas com o Eurostat ainda não estão concluídas e
que será possível chegar a um entendimento.
A decisão final do
Instituto Nacional de Estatística (a entidade nacional responsável pela
publicação oficial das contas) sobre esta matéria será conhecida no
final do próximo mês de Março, quando as contas forem enviadas no âmbito
do procedimento dos défices excessivos. Passadas duas a três semanas, o
Eurostat pronuncia-se sobre a validade das contas apresentadas pelos
países da UE.
* Apena uma manobra de "engenharia financeira" tão habitual nos maus governantes, de início parece uma operação bem feita mas quem a acaba por pagar é o "zé pagode".
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