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"PÚBLICO"
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Crato diz que há professores a mais
e que “redução é inevitável”
Uma semana depois de se saber que 40 mil docentes ficaram sem lugar nas
escolas, o ministro da Educação, em entrevista ao semanário Sol,
defende que há profissionais a mais e que a “redução de professores é
inevitável nos próximos anos”, perante a queda de 14% no número de
alunos.
Contudo, Nuno Crato entende que os números não
têm a proporção avançada, porque muitas das pessoas que concorreram já
tinham dado aulas pontualmente mas não eram sempre professores. Por
outro lado, o titular da pasta da Educação frisa que ainda há vários
horários por preencher.
O REI VAI NU |
“O que se está a passar é o resultado de
várias coisas que são mais fortes do que nós. A primeira delas é a
redução da população escolar, em cerca de 200 mil alunos nos últimos
anos (cerca de 14%). É uma diminuição brutal. O que temos sempre dito é
que os professores do quadro são necessários e que, além disso, há
algumas necessidades mais”, explica. E acrescenta: “No futuro imediato
vamos continuar a assistir a necessidades muito limitadas de
contratação”.
Na passada sexta-feira, o Ministério da Educação e
Ciência anunciou em comunicado que dos 51.209 candidatos sem vínculo à
função pública que se candidataram ao concurso, para contratação inicial
e renovação de contrato, ficaram colocados apenas 7600. São menos 5147
do que o número de professores contratados no ano passado, quando
entraram nas escolas, nesta fase, 12.747 docentes sem vínculo.
A
mesma fonte indicou que ficaram colocados 1999 professores do quadro que
tinham concorrido devido à ausência de componente lectiva nas
respectivas escolas e 801 docentes, que foram a concurso para
aproximação à residência. Segundo a nota, as escolas solicitaram a
colocação de docentes para o preenchimento de 12.114 horários, dos quais
1714 horários (completos e incompletos), ficaram por preencher.
Na
entrevista, Nuno Crato promete, porém, estudar ao longo do ano lectivo
formas de vincular extraordinariamente professores que estão a preencher
necessidades definitivas do sistema e não apenas temporárias –
sublinhando, ainda, que em termos de rácio de número de alunos por
professor “estamos mais do que ricos em relação a muitos países”, o que
justifica o aumento do número de alunos por turma.
Questionado sobre se é difícil governar com a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), na mesma entrevista ao Sol,
Crato diz que o problema é “governar com as dificuldades financeiras
que temos”, insistindo que o sistema público de educação tem de ser
sustentável. Mas, para já, o governante rejeita a ideia de discutir
possíveis co-pagamentos, como já acontece no sector da saúde.
No
que diz respeito ao descontentamento, Crato afirma que fala com
professores e acredita que a “contestação de rua não vai acontecer”, já
que os profissionais estão sensibilizados para o projecto da tutela, que
define como “uma política para o essencial” e que se centra em dar
objectivos curriculares mais exigentes em vez de dar apenas mais
recursos. O ministro defende também a importância das avaliações
externas e, em termos do ensino profissional, diz que o objectivo é dar
mais escolha aos alunos e não obrigar os mais fracos a esse caminho.
A
propósito do programa Novas Oportunidades, entende que “a certificação
pela certificação tem resultados muito diminutos”, pelo que reitera que
pretende orientar o programa “para que a parte da simples certificação
seja residual”. Da mesma forma, no ensino superior quer rever a
legislação sobre Bolonha – “que não pôs limites nenhuns às
universidades” – mas, para já, não adianta possíveis conclusões da
auditoria que está a ser feita à Universidade Lusófona após o caso das
equivalências dadas a 36 das 40 cadeiras da licenciatura do ministro dos
Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas.
Sobre a imagem que
gostaria de deixar depois de deixar de ser ministro diz: “Alguém que pôs
em prática algumas medidas que melhoraram a Educação no sentido real,
de as pessoas saberem mais e de estarem mais preparadas para enfrentar a
vida.”
* Este ministério "arrelva" muito
.
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