ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
Os últimos segundos dos cães condenados à morte
Tou Chih-kang acalma o cão e prepara-o para uma sessão fotográfica com a ajuda da sua assistente. Depois de alguns dias de sofrimento no Abrigo Animal de Taoyuan, chegou finalmente a hora da morte. A falta de espaço e de condições do local não permite que os animais aguardem muito tempo por um novo dono.
São estes últimos segundos das suas vidas que o fotógrafo chinês faz questão de captar com a sua objectiva. Ao todo, já acompanhou milhares de cães no seu último dia. O propósito? Fazer uma exposição que alerte a população para o sofrimento dos animais abandonados.
Durante dois anos, Chih-kang praticamente viveu no Abrigo de Taoyuan, mas finalmente reuniu o seu trabalho numa exposição.
“Acredito que há coisas que não devem ser ditas, mas sim sentidas.
E espero que estas imagens façam com que as pessoas reflictam sobre as tristes vidas destes cães e compreendam o sofrimento que a nossa sociedade desumana os obriga a passar”, confessa Chih-kang.
Os retratos dos cães assemelham-se a retratos humanos, uma das maneiras que o chinês encontrou para humanizar os animais e tentar assim tocar as pessoas que visitem a sua exposição.
O problema do abandono de animais é particularmente grave em Taiwan. Estima-se que este ano sejam abatidos cerca de 80 mil.
O elevado número de cães abandonados recolhidos e alojados em abrigos faz com que o período de espera seja muito reduzido – se no espaço de 12 dias não surgir um novo dono, o animal é abatido.
“Eu so apenas um intermediário.
Que a minha fotografia sirva para alertar as pessoas para os maus tratos que os animais sofrem diariamente”, revela Chih-kang.
* Simplesmente horrível
.
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