.
ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
O lado negro do chá
A maioria das pessoas pensa que um chazinho nunca faz mal. Mas nem sempre é assim”. Quem o diz é Cristina Fonseca, médica gastroenterologista do Hospital Garcia de Orta, em Almada. A especialista dá alguns exemplos: “Camomila e alcaçuz não devem ser tomados por grávidas. E até o chá verde, sobretudo se consumido em cápsulas, pode provocar hepatites”, explicou no simpósio Semana Digestiva 2012, que decorreu entre 27 e 30 de Junho, no Porto.
A médica defende que as plantas devem ser encaradas como medicamentos e
muitas vezes são vendidas em ervanárias e lojas de produtos naturais sem
o controlo adequado. “Muitos dos remédios vendidos nas farmácias são
substâncias extraídas de plantas, controlados pelo Infarmed, mas os chás
das lojas de produtos naturais dependem apenas da ASAE.”
Outra preocupação é que os médicos nem sempre estão alerta para o que os
doentes tomam. Casos não faltam: o chá de hipericão anula os efeitos
dos medicamentos anti-retrovirais (usados nos casos de sida); o de aloé
vera, chamado o cacto dos aflitos, é eficaz para combater a prisão de
ventre, mas pode causar problemas intestinais quando é usado mais de
oito semanas; e o de hortelã-pimenta pode provocar espasmos nas
crianças.
O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo a seguir à água e
Cristina Fonseca sublinha que “as plantas foram a primeira forma de
medicina da humanidade”.
É certo que têm efeitos benéficos, mas também efeitos secundários. “Fico
assustada com a facilidade com que alguns programas de televisão fazem a
apologia da ‘medicina natural’.
As plantas são drogas vegetais e podem fazer bem, mas não estão isentas de toxicidade”, conclui a especialista.
* Aprender até morrer
.
Sem comentários:
Enviar um comentário