HOJE NO
"A BOLA"
Sara Moreira:
«Tenho os pés bem assentes no chão»
Sara Moreira conquistou esta quinta-feira a medalha de bronze dos 5.000 metros nos Europeus de Helsínquia, repetindo o terceiro lugar de há dois anos, em Barcelona, numa prova em que chegou a parecer ter a vitória garantida.
A atleta portuguesa liderou a prova até cerca de 30 metros da meta, altura em que foi ultrapassada pela russa Olga Golovkina, que viria a triunfar com 15.11,70 minutos.
Mesmo sobre a meta, também a ucraniana Lyudmila Kovalenko ultrapassou Sara Moreira, ganhando-lhe por dois centésimos de segundo (15.12,03 contra 15.12,05), num final de prova emocionante.
A prova não começou bem para Sara Moreira, que levou um cartão amarelo por se ter mexido antes do tiro de partida, que levou a uma saída prematura de algumas atletas.
"Estava algo nervosa, o juiz levou muito tempo a dar o tiro e mexi-me. Depois, quando me apercebi, fiquei com medo. Nunca me tinha acontecido algo de semelhante", explicou a atleta portuguesa.
A ucraniana Lyudmila Kovalenko liderou os dois primeiros quilómetros. Depois o ritmo abrandou muito e a italiana Ejjafini passou para o comando e juntaram-se 14 atletas num compacto pelotão.
Até que, a quatro voltas do fim, Sara Moreira passou a liderar, em ritmo bem mais vivo.
"Quando vi o grupo muito grande e compacto, tive receio. Embora saiba que estou rápida, resolvi mesmo ir para a frente. Foi, provavelmente, cedo de mais, mas não me arrependo", disse.
O grupo rapidamente se desfez e a uma volta do fim estavam cinco atletas na frente. Sara Moreira atacou a 200 metros do final, chegou a ter alguma vantagem, mas acabou por ser ultrapassada a poucos metros da meta.
"Não consegui aguentar o sprint até final. Julgo que terei feito na casa dos 64 segundos na última volta, o que é excelente, depois de mais de um quilómetro a liderar.
Apercebi-me que as pernas estavam a falhar e que elas se aproximavam. Depois, ainda tentei que a ucraniana não me passasse, mas acabou por me ganhar por dois centésimos. Estou feliz na mesma. O mais importante é que, passados dois anos, continuo em alto nível", explicou.
À passagem pela meta, Sara Moreira, que esteve seis meses suspensa por ter ingerido um suplemento alimentar contendo uma substância interdita, levantou os braços.
"Depois de tudo o que passei neste último ano, uma medalha de bronze é muito especial, é uma medalha diferente daquelas que já ganhei...", concluiu a atleta do Maratona, de 26 anos, que agora vai preparar os 10.000 metros dos Jogos Olímpicos, que "nada terão a ver com estes 5.000 metros".
"Quero lá estar ao melhor nível, mas tenho os pés bem assentes no chão...", garantiu.
Sara Moreira foi a única portuguesa presente na jornada da tarde.
De manhã, Clarisse Cruz estivera em evidência, ao qualificar-se para a final dos 3.000 metros obstáculos com 9.40,30, um novo recorde pessoal e a trinta escassos centésimos do mínimo olímpico A.
Jorge Paula obteve a melhor marca nacional do ano nos 400 metros barreiras, com 50,58 segundos, mas ficou fora da final, tal como Vera Barbosa, que na competição feminina ficou aquém do recorde nacional que fixara na véspera, nas eliminatórias (56,58 contra 55,80).
* Valente, agora uma medalha em Londres se faz favor
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