28/05/2012

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Vinho 


é cultura


CULTURA É LIBERDADE






REGIÃO PENÍNSULA 
DE SETUBAL


Terão sido os Fenícios e os Gregos que trouxeram do Próximo Oriente bastantes castas para esta região e que, achando o clima ameno, as encostas da Arrábida e a zona ribeirinha do Tejo propícias ao cultivo da vinha, se lançaram no seu plantio. 

Mais tarde, os romanos e os Árabes deram grande incremento à cultura da vinha nesta península. Com a fundação do reino de Portugal, vieram outros povos, nomeadamente os Francos, povo de antiquíssimas tradições vitícolas, que incrementaram a produção de vinho nesta região, tradição que ainda hoje prevalece.

A História do Vinho 
Já quando Palmela recebeu o seu primeiro foral, dado por D. Afonso Henriques, neste sefalava da vinha e do vinho na região, o que confirma a sua tradição vitivinícola.
Na Arrábida ninguém sabe ao certo quando começou o cultivo da vinha, mas sabe-se que os Fenícios e os Gregos trouxeram do Próximo Oriente algumas castas de uvas que plantaram, porconsiderarem o clima ameno e as terras das encostas da Arrábida boas para o cultivo da vinha.
Em 1831, a Inglaterra importa vinho de Portugal e o rei Ricardo II menciona a importação devinho da vila de Setúbal. Embora já antes, em 1675, existam referências à exportação de 350 barricas de Moscatel de Setúbal. 


Em 1868, num estudo ampelográfico feito na região deAzeitão foram descritas 19 castas de uvas brancas e 10 castas de uvas tintas para a produçãode vinho. Ferreira Lapa, em 9 de Setembro de 1875, na sua 6ª conferência sobre vinhos refere"a notável e importante comarca vinhateira de Setúbal, a região privilegiada do moscatel,com reputação na Europa e nome feito em Portugal".A Península de Setúbal é, pois, uma região pioneira na elaboração de produtos vinícolas dereconhecida qualidade, como é o caso do Moscatel de Setúbal, vinho generoso cuja áreaprodutiva se encontra delimitada desde 1907, não obstante a sua produção ser bastanteanterior No século XIX, a maior vinha contínua do mundo situava-se na região da Península de Setúbal: eram cerca de 4000 hectares de vinha que pertenciam a apenas um produtor. Hoje a área ocupada pela vinha situa-se entre os 10000 hectares. Situada no litoral Oeste a Sul de Lisboa, é nesta região vitivinícola que se produz o famoso e tão apreciado Moscatel de Setúbal.

A Península de Setúbal apresenta dois tipos de paisagens. 
 Uma caracteriza-se pelo seu relevo mais acentuado com vinhas plantadas em solos argilo-calcários, entre os 100 e os 500 metros, aproveitando as encostas da Serra da Arrábida que as protegem do oceano Atlântico. 

A outra zona que representa, cerca de 80% do total da região, abrange terras planas ou com suaves ondulações, raramente ultrapassando os 150 m de altura. Estes terrenos são compostos por solos de areia, tornando-os bastante pobres e perfeitamente adaptados à produção de uvas de grande qualidade.

O clima da região é mediterrânico temperado com Verões quentes e secos e Invernos amenos e chuvosos. A humidade relativa média anual situa-se entre os 75% a 80%, o que reflecte a proximidade do mar. 

A Península de Setúbal compreende duas Denominações de Origem (Palmela e Setúbal) e a designação de vinhos regionais Península de Setúbal. A maior parte dos vinhos da região utilizam a casta Castelão na sua composição. Esta é a casta tradicional da zona e a legislação para a produção de vinhos DO obriga à utilização de uma percentagem elevada de Castelão, por exemplo o DO de Palmela tem de ser constituído por 66,7% desta casta. 

Por vezes, a Castelão é misturada com a casta Alfrocheiro ou Trincadeira. Dados de Produção de Setúbal Variedades Tintas: Alfrocheiro, Cabernet Sauvignon, Espadeiro, Merlot e Periquita (Castelão Francês) Variedades Brancas: Arinto, Chardonnay, Fernão-Pires, Moscatel de Setúbal, Rabo de Ovelha, Síria e Tamarez As características mais marcantes dos novos vinhos da Península de Setúbal são os aromas florais nos brancos e os sabores suaves a especiarias e frutos silvestres nos tintos.

DOC PALMELA 
Palmela tem origem romana e foi pertença dos Árabes até 1148. Recebeu o seu primeiro foral, dado por D. Afonso Henriques, em 1185. Nesse foral fala-se da vinha e do vinho na região, o que confirma a tradição vitivinícola nesta zona. Região fértil, não longe do mar, tem na Quinta do Anjo um núcleo importante de sepulturas neolíticas, datado de há cinco mil anos. 
FORAL MANUELINO DE PALMELA

 O clima da região é sub-tropical e mediterrânico, com amplitudes térmicas médias, sendo influenciado pela proximidade do mar e pelas bacias hidrográficas dos rios Tejo e Sado. Área Geográfica A área geográfica correspondente à Denominação de Origem Controlada "Palmela" abrange os concelhos de Montijo, Palmela e Setúbal e parte da freguesia de Nossa Senhora do Castelo, do concelho de Sesimbra.

DOC Setúbal 
Os vinhos com direito à denominação de origem Moscatel de Setúbal sãoproduzidos numa região delimitada pelos concelhos de Palmela, Setúbal e parte do concelhode Sesimbra. 

Existem dois tipos de Moscatel de Setúbal, o branco e o roxo, elaborados,respectivamente, a partir das castas Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo. De acordo com alegislação as designações tradicionais "Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo" só podem serusadas quando estas castas contribuirem com, pelo menos, 85% do mosto utilizado (67%, nocaso do "Setúbal"). Os vinhos só podem ser engarrafados após um estágio mínimo de 24meses 
AQUEDUTO DE SETUBAL

O Moscatel de Setúbal é um vinho generoso de excelente qualidade, em especial quando envelhecido durante largos anos em barricas de carvalho. Trata-se de um vinho de aroma muito intenso, a flores de laranjeira, com sabor meloso e cheio, que evolui com a idade para notas de frutos secos, passas e café. 

MOSCATEL ROXO 
Produzidos em pequena quantidade, os vinhos licorosos elaborados a partir da casta Moscatel Roxo têm características semelhantes ao Moscatel de Setúbal, no entanto são mais finos e apresentam aromas e sabores muito complexos de laranja amarga, passas de uva, figos e avelãs. 
A casta tinta Moscatel Galego Roxo existe em pequena quantidade na Península de Setúbal e produz um vinho generoso semelhante ao "Moscatel de Setúbal", contudo de aromas e sabores mais complexos. A Moscatel Galego Roxo é muitas vezes atacada por pássaros, devido ao aroma e doçura dos seus bagos. O aspecto desta casta é bastante diferente da casta Moscatel: os cachos e bagos são mais pequenos e apresentam uma cor rosada. Os vinhos produzidos por esta casta apresentam um elevado grau de doçura, são muito aromáticos e de sabor persistente. A casta Moscatel Galego Roxo é uma das castas "primárias", por isso é determinante no aroma e paladar de um vinho. 

ROTA DE VINHOS

Terra de grandes tradições vitícolas, a chamada Costa Azul, localizada a sul do estuário do Tejo, é o reino de duas castas de muita fama: o Castelão, dominante na região de Palmela; e a casta branca Moscatel, centrada na região de Setúbal e, em particular, nas encostas da serra da Arrábida, ligada ao vinho licoroso conhecido, precisamente, por Moscatel de Setúbal.

Mas há muito mais do que vinho na região do Castelão e do Moscatel. Desde logo, os estuários do Tejo e do Sado proporcionam uma variedade de plantas e animais digna de nota, desde garças a flamingos, de pernilongos a tarambolas e pilritos. Passeios fluviais no Sado podem proporcionar experiências inesquecíveis de observação da natureza. O Parque Natural da Serra da Arrábida é destino obrigatório e compensador. O enternecedor Portinho da Arrábida, a Península de Tróia, cidades como Setúbal, a vetusta Palmela ou Alcácer do Sal, justificam visitas demoradas. E há, também, a possibilidade de visitar adegas, de jogar golfe e de programar rotas de pendor ora mais histórico e monumental, ora mais vitícola e gastronómico, ou tudo isso junto.


E como bons vinhos e especialidades culinárias costumam andar juntos, a região de Palmela e da Península de Setúbal é rica na tradição gastronómica. Do mar e dos rios saem pretextos para as caldeiradas, o ensopado de enguias ou as ditas fritas com açorda, a massa de safio; de doces e remotas tradições saem as famosas tortas de Azeitão, os suspiros, as fogaças de Palmela e outras perdições, que ligam bem com a delicadeza de um vinho licoroso feito com a perfumada casta Moscatel.



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