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Ricardo Rodrigues reconhece crimes mas justifica-os com a defesa da sua imagem
O deputado socialista Ricardo Rodrigues, que está a ser julgado no Campus da Justiça, em Lisboa, pelo crime de atentado à liberdade de imprensa, reconheceu esta sexta-feira que “genericamente” os factos de que é acusado “são verdadeiros”.
Ricardo Rodrigues está a ser julgado por crime de atentado à liberdade de imprensa por, em Maio de 2010, no decurso de uma entrevista à revista Sábado, se ter apoderado ilegitimamente de dois gravadores utilizados por uma jornalista.
NOVO MODELO PARA ENTREVISTAR DEPUTADOS |
Ricardo Rodrigues justificou ter guardado os gravadores dizendo que os jornalistas lhe estavam a colocar questões de índole pessoal (sobre burla, desavenças de opinião com um colega de partido e relativas a um caso de pedofilia nos Açores, de onde é natural).
O conteúdo dos gravadores subtraídos à jornalista Maria Henrique Espada serviria, segundo disse o deputado, como meio de prova a apresentar a um juiz, para que este pudesse decretar uma providência cautelar que inviabilizasse a publicação da entrevista que concordara conceder.
A jornalista da Sábado, que no início da audiência viu reconhecida a sua condição de assistente no processo – a defesa do deputado queria que ela fosse apenas testemunha, inviabilizando assim diversos procedimentos judiciais – declarou que as perguntas de índole pessoal foram feitas porque, antecipadamente não houve qualquer pedido em sentido contrário e porque as mesmas acabariam por ser importantes para se perceber alguma da actividade política de Ricardo Rodrigues, que à data desempenhava diversas tarefas relevantes na Assembleia da República, sendo mesmo coordenador de uma comissão eventual criada por causa dos crimes de corrupção.
O julgamento prossegue no dia 29 deste mês, com a audição das testemunhas de acusação e defesa. O deputado incorre numa pena de prisão entre três meses a dois anos ou no pagamento de uma multa pecuniária que pode ir de 25 a 100 dias.
* O que este senhor quer dizer é que um deputado pode cometer um crime para defender a sua imagem. Tal como Paulo Pedroso, Ricardo Rodrigues encontra-se na lista dos ex-considerados pedófilos.
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