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ESTA SEMANA NO
"VIDA ECONÓMICA"
Grupo Águas de Portugal
não vai ser privatizado
O grupo Águas de Portugal, cuja dívida ascende aos "três mil milhões de euros", vai ser "reestruturado" e "verticalizado", mas não privatizado, confirmou esta semana à "Vida Económica" a ministra do Ambiente, Assunção Cristas.
"Vamos reestruturar a Águas de Portugal. Vamos separar a parte dos resíduos que, essa sim, será a parte privatizada", revelou a ministra Assunção Cristas, questionada pela "Vida Económica" à margem de uma conferência, em Gaia, promovida pelo Clube dos Pensadores.
A ministra do Ambiente explicou que, "no que toca ao abastecimento das águas, a ideia é reestruturar o grupo no sentido de concentrar empresas ao nível dos próprios sistemas multimunicipais e, depois, verticalizar e encontrar vários sistemas". Sistemas esses que "serão poucos" e que "ainda não estão totalmente definidos", uma vez que isso envolve "um trabalho estratégico de procurar as melhores conjugações".
O objetivo é conseguir "um equilíbrio entre o litoral e o interior, ou seja, entre a economia de escala do litoral, que se solidarizará com os investimentos que estão feitos no interior e que não poderão ser pagos por tão poucas populações". Só após essa fase é que se avançará para as "concessões destes sistemas de água".
Privatização dos resíduos "até ao fim do ano"
Questionada pela "Vida Económica" quanto à evolução dos preços - "o preço da água tem de ser ajustado, sob pena de colapso financeiro do sistema", dissera Cristas durante a conferência -, a ministra do Ambiente foi lacónica. "Posso dizer que o processo está em marcha" e que as Águas de Portugal "estão mandatadas para desenvolver todo um trabalho que passa pela verticalização do grupo e por um diálogo intenso com as autarquias que é que têm os sistemas em baixa", explicou.
Recorde-se que o endividamento total do grupo Águas de Portugal, divulgado há dias no relatório e contas de 2011 e frisado pela ministra na conferência, atingiu 2978 milhões de euros em 2011. Desse valor, 2365 milhões de euros corresponde a dívida de médio e longo prazo e 613 milhões de euros de curto prazo, esta última motivada por dificuldades de tesouraria associadas aos recebimentos das câmaras.
Quanto à área dos resíduos, a ministra avançou que quer "lançar o que tem a ver com a privatização até ao fim do ano". Explicou, contudo, tratar-se de "um esforço muito grande", pois "estamos a falar de 11 empresas, que têm de ser bem estudadas e bem trabalhadas para darem informação detalhada para que o processo possa ocorrer".
* Nem a EDP devia ter sido privatizada e tão pouco a ANA ou a TAP, a indepedência nacional pode estar em causa.
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