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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Censura aos seios de Kate Winslet
deu mais relevo ao "Titanic"
Mesmo com os seios da atriz Kate Winslet apagados pela censura, a versão 3D de "Titanic" faturou mais de 400 milhões de yuan (48,4 milhões de euros) na primeira semana de exibição na China, aproximando-se do histórico recorde de 1998.
Muitos espetadores são os mesmos: "Gostei mais desta vez. Em 1998 tinha apenas 17 anos. Há coisas no filme que na altura não entendi tão bem", disse uma espetadora de Pequim.
O lançamento da versão 3D de "Titanic", na passada terça-feira, ficou marcado pelo corte dos planos em que Rose, a protagonista, interpretada por Kate Winslet, pousa nua enquanto Jack (Leonardo di Caprio) desenha o seu corpo, uma sequência que as autoridades deixaram passar em 1998.
Imitando o discurso oficial, um bloguer chinês atribuiu o corte ao receio que os espectadores mais excitados tentassem tocar nos seios do personagem e perturbar o resto do público.
No fim da mensagem, o bloguer avisou que se tratava de uma "falsa notícia", mas a Administração Estatal da Rádio, Cinema e Televisão (SARFT) não confirmou nem desmentiu e a "explicação" foi considerada genuína.
"A SARFT está a tratar-nos como crianças", protestou um conhecido crítico do jornal China Daily.
"Não foi para ver um iceberg em 3D que muitas pessoas esperaram 14 anos", escreveu o romancista Wang Shuo no seu microblogue.
Um outro internauta queixou-se que as autoridades "cortaram a única parte que não devia ser cortada".
A China não tem um sistema de classificação de filmes, mas a SARFT está particularmente atenta às cenas de conteúdo sexual.
Em 2007, "Lust, Caution", de Ang Lee, "teve um corte de sete minutos" e no ano passado, o primeiro filme erótico em 3D, realizado em Hong Kong, "Sex and Zen Extreme Ecstasy", não foi autorizado no resto do país, lembrou o Global Times.
Um professor da Universidade de Pequim citado por aquele jornal acusou a SARFT de reger-se por "critérios da era pré-globalização e pré-internet".
"Precisamos de padrões objetivos e transparentes, que especifiquem as cenas que devem ou não manter-se para espectadores de diferentes idades", defendeu o crítico do China Daily, Raymond Zhou.
A China já é o segundo maior mercado mundial do cinema, a seguir aos Estados Unidos.
Em 2011, abriram em média oito salas por dia e as receitas de bilheteira aumentaram 33,3 por cento, para 13,15 mil milhões de yuan (1,6 mil milhões de euros).
O governo protege a produção nacional, autorizando apenas a importação anual de vinte filmes, mas, como sempre, o mais lucrativo de 2011, "Transformers: Dark of the Moon", veio de Hollywood.
Aquele filme arrecadou 1,09 mil milhões de yuan (132,7 milhões de euros), menos 270 milhões de yuan (33 milhões de euros) do que "Avatar", que desde 2000 detém o recorde de bilheteira na China.
Entre os chineses, a epopeia comemorativa do 90º aniversário do Partido Comunista, "Início do Grande Renascimento", ficou em primeiro lugar, com 396,5 milhões de yuan (48,5 milhões de euros).
* Em 1970 foi exibido em Portugal um filme pedagógico "HELGA", com a classificação para maiores de 18 anos enquanto que na Alemanha era projectado para maiores de 6 anos. Recuperámos do atraso "pudorento"!
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