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Ensino superior
Estudo revela que quase metade dos alunos atravessa dificuldades económicas
Quase metade dos alunos do ensino superior atravessa dificuldades económicas, muitos temem abandonar o curso ainda neste ano lectivo e 58% não se sente preparado para entrar no mercado de trabalho, revela um estudo hoje divulgado.
Estes são os dados nacionais dos inquéritos feitos aos universitários e tratados pela Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), para saber qual a situação económica e as dificuldades dos estudantes do ensino superior. O estudo foi divulgado hoje, em conferência de imprensa, após o Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA), que decorreu em Évora, durante o fim de semana, e que reuniu dirigentes das associações académicas e de estudantes das universidades e institutos politécnicos nacionais.
De acordo com os promotores do estudo, aos inquéritos, que foram feitos já este ano nas universidades e politécnicos de Portugal Continental e Açores, responderam quatro mil alunos num universo de cerca de 130 mil.
Dos 4000 inquiridos, 1855 afirmou passar dificuldades económicas; destes, 1224 disseram temer abandonar o ensino superior por esse motivo e 1275 revelaram que não recebem bolsa de acção social.
Nos inquéritos foi perguntado se os alunos se sentem preparados para entrar no mercado de trabalho, tendo 2214 (58%) respondido que não e 1620 (42%) que sim. Os estudantes foram também questionados sobre se a sua formação se ajusta às oportunidades de emprego em Portugal, com mais de metade (62%) a considerar que não e 38% que sim.
Quanto às intenções de emigrar depois de terminar o curso, 2110 (55%) respondeu que sim e 1743 (45%) disseram que não.
O presidente da AAUTAD, Sérgio Martinho, disse que o associativismo nacional está “muito preocupado” com os dados revelados pelo estudo, cujo resultado vai ser enviado para a tutela e para outros órgãos do sector para “terem a noção da realidade do ensino superior”.
“Quase metade dos alunos que respondeu a estes inquéritos demonstra dificuldades económicas e isto preocupa-nos muito”, porque “daí advêm muitos outros problemas, nomeadamente a continuação da frequência no ensino superior”, afirmou o responsável. O dirigente estudantil defendeu que “tem de haver um maior apoio” para os alunos com dificuldades económicas e “mais informação” sobre as ajudas para que esses estudantes possam continuar a estudar.
* É verdade que alunos universitários têm dificuldades económicas e passam mal para poderem frequentar as aulas, devem ser apoiados. Mas pode acontecer que meninas e meninos que levam o pópó para a faculdade também se queixem de dificuldades, nada de confusões na atribuição do apoio.
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